A Escravidão Digital e a superexploração do trabalho: consequências para a classe trabalhadora
DOI:
https://doi.org/10.1590/1982-02592020v23n3p510Resumo
O presente artigo tem como escopo de análise a precarização e a superexploração do trabalho, que se manifestam na atualidade através das novas modalidades de terceirização e flexibilização do contrato de trabalho. Fundamenta-se na teoria do valor-trabalho de Marx e na Teoria Marxista da Dependência (Ruy Mauro Marini), objetiva captar alguns elementos essenciais para apreensão da superexploração, tendo em vista estabelecer uma conexão clara entre esta categoria teórica e as novas modalidades de trabalho precário, tão expressivas na atualidade. Dá especial destaque ao setor de serviços, especificamente o trabalho monitorado e controlado por novos dispositivos tecnológicos e de rede. Pretende demonstrar como o processo de expansão dos serviços privatizados e mercadorizados na era informacional-digital contribui para a subsunção real do trabalho ao capital e provoca consequências profundas para a classe trabalhadora, em especial nos países dependentes e periféricos.
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