Precarização do trabalho e saúde mental dos(as) assistentes sociais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-0259.2023.e91535

Palavras-chave:

Financeirização do Capital, Precarização do Trabalho, Saúde Mental, Serviço Social

Resumo

O artigo objetiva contribuir com os estudos sobre a precarização das condições de trabalho do(a) assistente social e as implicações para sua saúde mental, num contexto marcado pela crise estrutural do capital. Realizou-se uma análise metódica para identificar artigos publicados em periódicos brasileiros da área de Serviço Social, entre 2010 e 2021, classificados com Qualis A1, A2 e B1. As categorias estruturantes de busca foram: condições de trabalho, precarização, saúde mental, espaço socio-ocupacional, atuação profissional e Serviço Social. A pesquisa revelou que as relações e condições de trabalho a que estão submetidos os(as) assistentes sociais têm impactos diretos em sua saúde física e mental. Portanto, é inadiável a ampliação de pesquisas que apontem estratégias para a promoção da saúde, a prevenção e o combate a doenças, sobretudo mentais, que podem levar o(a) assistente social a afastar-se do trabalho e ao decorrente prejuízo ou perda de suas condições efetivas de sobrevivência.

Biografia do Autor

Francisca Rejane Bezerra Andrade, Universidade Estadual do Ceará

Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Univesidade de São Paulo - USP; Professora do curso de serviço social, do curso de mestrado em planejamento e políticas públicas e do programa de pós-graduação em educação da Universidade Estadual do Ceará. Pesquisadora CNPq.

Mônica Duarte Cavaignac, Universidade Estadual do Ceará

Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e em Direito pelo Centro Universitário Estácio de Sá. É mestra em Educação e doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professora do Curso de Serviço Social e do Mestrado Acadêmico em Serviço Social, Trabalho e Questão Social (MASS) da UECE. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas e Exclusão Social (GEPPES/UECE). Pós-doutora em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE/UECE). Pró-reitora de Políticas Estudantis da UECE.

Tereza Nair de Paula Pacheco, Universidade Estadual do Ceará

Mestra em Estudos do Lazer pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Especialista em Legislação Social e Políticas Públicas: Parâmetros para o Trabalho do/a Assistente Social pela Faculdade Ratio; Especialista em Instrumentalidade do Serviço Social pela Faculdade Única; Graduada em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e em Gestão Desportiva e Lazer pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). É pesquisadora/colaboradora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas e Exclusão Social (GEPPES) da UECE, do Observatório Juventude, Educação Profissional e Trabalho (JEPTRA) da UECE e participou do Grupo de Estudos de Sociologia, Pedagogia do Esporte e do Lazer (GESPEL) da UFMG. Atualmente atua como Assistente Social (Servidora Pública) no Centro de Referência de Assistência Social - CRAS Planalto, em Cascavel/CE. Tem experiência em Serviço Social, com ênfase em infância, adolescência e juventude, atuando principalmente nos seguintes temas: educação; lazer; cultura; trabalho; cidade.

Gilmara Ripardo Martins, Universidade Estadual do Ceará

Graduanda em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará - UECE, bolsista do Programa de Educação Tutorial de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará (PETSS-UECE).

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Publicado

2023-07-17