Palavra literária: potência na ação formativa do sujeito-leitor
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2025.e102108Palavras-chave:
palavra literária, leitor literário, mediação de leitura, formação do leitor literárioResumo
O presente artigo aborda a palavra literária como motivadora para a construção de diálogos e interações pessoais. “A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu interlocutor. A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor” (Bahktin, 2006, p. 115). Nossa proposta com este trabalho é construir um olhar investigativo sobre a força da palavra no texto literário e a consequente interação locutor/interlocutor que, conforme nossos estudos, pode ser responsável por transformações pessoais, culturais e sociais no contexto não apenas educacional, mas também – e, talvez, sobretudo – no extra educacional. Compreender a leitura literária de forma mais significativa e prazerosa, para além de decodificações e identificação de elementos da narrativa, é o ponto de partida para o desenvolvimento desta pesquisa. Concluímos que a palavra literária é, além de transformadora, um direito e uma necessidade premente. Para embasar esse estudo abordamos os pressupostos teóricos Mikhail Bakhtin (2006) e sua concepção de linguagem, Paulo Freire (1989) e o papel do sujeito leitor e Antonio Candido (1988) e sua defesa pelo direito à literatura – entre outros.
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