A estética da recepção e o leitor: uma leitura de A mulher que escreveu a Bíblia, de Moacyr Scliar
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2025.e102150Palavras-chave:
A mulher que escreveu a bíblia, Estética da Recepção, leitor, horizonte de expectativa, interpretaçãoResumo
O presente artigo trata-se de um estudo sobre A mulher que escreveu a Bíblia (2007), do escritor Moacyr Scliar. O nosso objetivo é estabelecer relações entre a obra literária e a Teoria da Recepção, buscando destacar a ruptura do horizonte de expectativa do leitor, bem como observá-lo como responsável pelo preenchimento das lacunas ou vazios apresentados no texto, deixados pelo autor. Assim, buscamos contribuir com pesquisas de análise literária que se voltam para a Estética da Recepção. A nossa leitura é desenvolvida a partir do método da crítica textual, através de uma pesquisa bibliográfica de base interpretativa. Para embasar as nossas reflexões, respaldamo-nos nos estudos de Wolfgang Iser (1979 e 1999); Hans Robert Jauss (1994); Luiz Costa Lima (1979); Mirian Hisae Yaegashi Zaponne (2019); Regina Zilberman (2008; 2015), dentre outros. Após a leitura do romance, constatamos que, tanto por meio da mobilização do horizonte de expectativa, como utilizando de prováveis interpretações, o leitor é instigado a participar, de forma efetiva, do processo de criação da obra, atribuindo-lhe sentido; configurando, dessa forma, a relação dialógica entre literatura e leitor, ideia defendida por Jauss.
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