O imaginário romântico nas sonatas para violoncelo e piano de Ludwig van Beethoven
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2024.e102427Palavras-chave:
Música de câmara, Ludwig van Beethoven, Sonatas para violoncelo e pianoResumo
Neste artigo trabalhamos com a hipótese de que, mais do que simplesmente um compositor em um período histórico, Ludwig van Beethoven adotou estratégias composicionais em música relacionadas ao nascimento do romance literário, que vinculam sua obra a elementos muito objetivos do que viria a ser chamado de Romantismo. Dentre eles, destacamos a importância da escrita instrumental adotando estruturas particularmente associadas aos instrumentos para os quais ele escrevia, assemelhando seu processo criativo de maneira correspondente ao uso das línguas vernaculares como item distintivo que formou as línguas do romance. Tal correspondência atravessa um ideário moderno e constitui-se aspecto normalizado na composição musical do século XIX, entretanto, buscamos enfatizar o lugar de originalidade das escolhas de Beethoven para além do paradigma do gênio, ao traçar sua relação com um contexto estético mais amplo. Adotamos como objetos de estudo as cinco sonatas para violoncelo e piano de Beethoven, como exemplares de fases distintivas de sua obra, propondo que desde seu Opus 5 já era superado o paradigma Barroco de uma escrita genérica, assumindo critérios novos ao estilo da época. Dessa forma, ao ligarmos a análise musical com uma leitura histórico-estética, nossas conclusões apontam para uma redefinição de paradigmas estruturais outrora dependentes do dado estrutural (harmonia e desenvolvimento temático) tão somente.
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