Bandone do Caverá: a memória como identidade e homenagem
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2025.e105541Palavras-chave:
Poesia gauchesca, Literatura Gaúcha, Literatura afro-brasileira, Oliveira SilveiraResumo
A visibilidade e a valorização dos negros na cultura gaúcha são reivindicadas em Bandone do Caverá (2008), poemeto escrito aos moldes da tradição gauchesca que retoma a vida de Adauto Costa Ferreira, músico residente na região da campanha, no interior de Rosário do Sul/RS. O autor, Oliveira Silveira (1941-2009), propõe, em seu último livro publicado, um itinerário à memória e à história oral das lembranças da infância a partir da música como elemento agregador da família e da comunidade. O objetivo deste artigo consiste em apresentar uma análise de Bandone do Caverá pela composição do protagonista como referência positiva de homem, negro e gaúcho a propósito de um tempo que não existe mais. Para a realização dessa leitura, consideramos principalmente os estudos sobre a literatura afro-brasileira propostas por Cuti (2010), Miriam Alves (2010) e Zilá Bernd (2011). Observamos que o eu lírico recorre à história ancestral como elemento agregador da cultura gaúcha, resultando na homenagem a uma figura ligada à memória afetiva e à identidade étnica do autor.
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