Gauchos e bárbaros: a história da formação da nacionalidade argentina a partir da leitura de Jorge Luis Borges
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2011v16n2p169Resumo
O presente artigo tem como objetivo mostrar que Borges convida o leitor a mergulhar, em alguns de seus textos, em uma complexa e instigante história acerca da formação da nacionalidade na Região do Prata durante o século XIX. Nessa história, podemos encontrar o debate entre duas visões que prevaleceram na literatura argentina na segunda metade do século retrasado: a “interpretação da barbárie”, de Domingo Faustino Sarmiento, em seu Facundo o Civilización y Barbarie e a “denúncia da exploração”, de José Hernández em seu poema El Gaucho Martin Fierro. Nesse debate, Borges procura caracterizar o gaucho, aquele que teria sido assimilado ou desaparecido no processo de consolidação da cidade de Buenos Aires como centro político e econômico da região. Podemos também encontrar um Borges contraditório. Se por um lado ele defende a civilização, por outro se vê fascinado pelo autêntico, por um ser não necessariamente civilizado. Estaria Borges preocupado em mostrar sua contradição? Essa talvez seja uma pergunta menor. Mais importante aqui é o método, o que une a história e a literatura.
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