Da centralidade política à centralidade do corpo transumano: movimentos da terceira virada distópica na literatura
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2014v19n1p10Resumo
Muito se discute o caráter político dos romances distópicos da chamada segunda virada (do fim do século XIX a meados da década de 1950), vistos especialmente como críticas contundentes a regimes políticos totalitários. No entanto, uma nova vertente de romances distópicos, nos últimos 30 anos, tem discutido o impacto do desejo criado pelo capitalismo tardio na transfiguração do corpo, o que tem sido central para a construção de ideias pós-humanas e transumanas. O presente artigo almeja discutir as mudanças encontradas na literatura distópica de língua inglesa ao longo do século XX para propor uma terceira virada distópica na literatura, a partir dos escritos de Fredric Jameson sobre ficção científica e utopia, nos últimos trinta anos e centrando-se nas diversas configurações do corpo construídas a partir do desejo imposto pelo capitalismo tardio e seu impacto no modo de pensamento pós-humanista e transumanista. Para tanto, exemplos de vários romances pertencentes a tal tendência são brevemente discutidos a fim de criar um panorama teórico-crítico que embase tal proposta.
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