O que querem os personagens de Alameda?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2019v24n2p85

Resumo

Alameda (1963), de Astrid Cabral, é um livro composto por vinte contos, nos quais os protagonistas causam certo estranhamento no leitor (um grão de feijão; a terra de uma praça; uma cerca de madeira; etc.). Os narradores dos contos, quando em primeira pessoa, pertencem ao mundo vegetal. Suas sensações, anseios e vivências nos são relatados a partir de suas próprias vozes. E, quando em terceira pessoa, eles, muitas vezes, posicionam-se no mesmo nível dos personagens, recorrendo, em alguns casos, ao estilo indireto livre, como no conto “A orquídea de exposição”, por exemplo. Neste tipo de construção, realiza-se um processo de acercamento entre o humano e o vegetal, apresentando narradores com pontos de vista que podem ser considerados como híbridos, pois transitam entre os dois mundos. Levando em conta as particularidades dos personagens, buscou-se, neste estudo, estabelecer um processo de aproximação/distanciamento entre estes e o que é tido como concernente ao humano, o qual deu origem à questão que intitula este texto: O que querem os personagens de Alameda? Uma tentativa de resposta foi elaborada a partir do conceito de concepção de um projeto de existência, presente nos escritos do filósofo francês Jean-Paul Sartre, pertencente à escola existencialista, considerando, de forma pontual, dois elementos narrativos: o tempo e o espaço.

Biografia do Autor

Ana Paula Cantarelli, Fundação Universidade Federal de Rondônia

Licenciada em Letras-Português (2003) e em Letras–Espanhol (2009) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Possui Mestrado em Letras (UFSM-2010) e Doutorado em Letras (UFSM-2013). Atualmente, atua como professora do Curso de Letras-Espanhol e do Mestrado Acadêmico em Estudos Literários, ambos da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

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Publicado

2019-11-21

Como Citar

CANTARELLI, Ana Paula. O que querem os personagens de Alameda?. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 24, n. 2, p. 85–97, 2019. DOI: 10.5007/2175-7917.2019v24n2p85. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2019v24n2p85. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Pesquisadores docentes