Estudo do multiperspectivismo narrativo de relato de “Um certo Oriente”, de Milton Hatoum

Autores

  • Daiane Carneiro Pimentel Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2013v18n1p166

Resumo

Segundo Jacques Aumont, o surgimento do cinema promoveu uma dinamização do modo de olhar, não apenas pelo fato de as imagens cinematográficas captarem o movimento pela primeira vez, mas também por elas potencializarem a variação de pontos de vista, enquadramentos, ângulos e distâncias. Devido a essa dinamização, que será desenvolvida sobretudo com as técnicas de montagem, a linguagem cinematográfica pode ser caracterizada como multiperspéctica. Com base em tais pressupostos, o presente artigo procura investigar como a multiplicidade de perspectivas instaurada pela “sétima arte” foi incorporada pela literatura, manifestação artística com que o cinema sempre estabeleceu profícuos diálogos. Conforme será evidenciado, a estrutura diegética de obras literárias torna-se dinâmica na medida em que apresenta vários narradores, cada um dos quais detentor de um ponto de vista. No âmbito da literatura brasileira, ressalta-se, neste artigo, o multiperspectivismo narrativo em Relato de um certo Oriente, de Milton Hatoum, romance em que há cinco narradores, cujos discursos são organizados  de modo semelhante à montagem invertida desenvolvida pelo cinema.

Biografia do Autor

Daiane Carneiro Pimentel, Universidade Federal de Minas Gerais

Licenciada e bacharel em Letras/Português (UFMG). Mestranda em Teoria de Literatura (UFMG).

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Publicado

07.06.2013

Como Citar

PIMENTEL, Daiane Carneiro. Estudo do multiperspectivismo narrativo de relato de “Um certo Oriente”, de Milton Hatoum. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 18, n. 1, p. 166–177, 2013. DOI: 10.5007/2175-7917.2013v18n1p166. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2013v18n1p166. Acesso em: 4 fev. 2025.

Edição

Seção

Literatura e Cinema