Agustina Bessa-Luís e as mulheres
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2022.e87246Palabras clave:
Mulheres, Metamorfose, Ekfrase, Sororidade, QueerResumen
A personagem central da obra da romancista é a de Quina, a Sibila que deu o título ao romance emblemático A Sibila (1954) e que fica como referência ao longo da obra. A partir daí, este artigo examina como Agustina Bessa-Luís encena um universo ficcional construído à volta das personagens femininas e no qual interagem romance, biografia e autobiografia. Repudiando a etiqueta de feminista, a romancista cria o seu mundo mítico de sororidade, cujas protagonistas se afirmam contrariando a sociedade falocêntrica na qual evoluem. Este mundo é também habitado por estranhas criaturas em devir que conjugam a metamorfose sob múltiplos aspetos e a quem a autora confere o poder mágico da expressão. Neste sentido, ela alicerça o seu discurso numa simbiose ekfrástica com várias artistas plásticas portuguesas. A partir daí, analisarei uma visão do humano religada a correntes de pensamento novadoras, como o queer, o care ou a eco-ética e/ou eco-poética, o que me levará a procurar novas aborgagens críticas.
Citas
BESSA-LUÍS, Agustina. Mundo Fechado. Coimbra: Mensagem, 1948.
BESSA-LUÍS, Agustina. A Sibila. Lisboa: Guimarães Editores, 1954.
BESSA-LUÍS, Agustina. Embaixada a Calígula. Lisboa: Livraria Bertrand, 1961.
BESSA-LUÍS, Agustina. A Brusca. 1.ed. Lisboa: Editorial Verbo, 1971. (Biblioteca Básica Verbo). v. 30.
BESSA-LUÍS, Agustina. Longos Dias têm Cem Anos. Presença de Vieira da Silva. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1982.
BESSA-LUÍS, Agustina. Introdução. In: YOURCENAR, Marguerite. O Golpe de Misericórdia. Trad. de Rafael Gomes Felipe. Lisboa: Dom Quixote edições, 1987, p. 09-22.
BESSA-LUÍS, Agustina. Alegria do Mundo, I. Lisboa: Guimarães Editores, 1996.
BESSA-LUÍS, Agustina. Alegria do Mundo, II. Lisboa: Guimarães Editores, 1998.
BESSA-LUÍS, Agustina. Contemplação Carinhosa da Angústia. Lisboa: Guimarães Editores, 2000.
BESSA-LUÍS, Agustina. As Meninas. Lisboa: Guerra e Paz, 2001.
BESSA-LUÍS, Agustina. O Livro de Agustina. Lisboa: Editora Guerra e Paz, 2002.
BESSA-LUÍS, Agustina. A Ronda da Noite. Lisboa: Guimarães Editores, 2006.
BESSA-LUÍS, Agustina. Metamorfoses. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2007.
BUTLER, Judith. Gender Trouble: Feminism and the subversion of Identity. New York: Routledge 1990.
COUTINHO, Ana Paula. Para o autoretrato do escritor enquanto hermeneuta do mundo: Agustina em notas perigráficas. In: PIRES DE
LIMA, Isabel; PONCE DE LEÃO, Isabel; FONSECA, Luís Adão da; ARAÚJO, Sofia (Coord.). Ética e Política na obra de A B-L. Porto: Fundação Eng. António de Almeida, 2017, p. 23.
DAL FARRA, Maria Lúcia. A mística em Agustina Bessa-Luís e Clarice Lispector. Revista Chilena de Literatura, n. 88, p. 63-76, 2014.
DUMAS, Catherine. As mediações femininas na obra de Agustina Bessa-Luís: repensar o estatuto do artista na nossa contemporaneidade. In: PIRES DE LIMA, Isabel; PONCE DE LEÃO, Isabel; FONSECA, Luís Adão da; ARAÚJO, Sofia (Coord.). Ética e Política na obra de A B-L. Porto: Fundação Eng. António de Almeida, 2017, p. 57-65.
DUMAS, Catherine. Du sang et des ailes. La métamorphose chez Graça Morais et Agustina Bessa-Luís. Sigila, n. 48, p. 37-52, 2018.
GENETTE, Gérard. Figures III. Paris: Le Seuil, 1972. [col. Poétique]
GILLIGAN, Caroll. In a Different Voice: Psychological Theory and Women’s Development. Cambridge: Harvard University Press, 1982.
JORGE, Lídia. Óbito: Agustina “deixa uma das obras mais importantes do século XX” – Lídia Jorge”. Diário de Notícias, 3 jun. 2019. Disponível em: https://www.dn.pt/lusa/obito-agustina-deixa-uma-das-obras-mais-importantes-do-seculo-xx---lidia-jorge--10971357.html. Acesso em 13 nov. 2022.
LENTINA, Alda M. Questions de gen ortugalrtugal: le cas d’Agustina Bessa-Luís. Iberic@l, n. 13, p. 165, 2018.
LOPES, Silvina Rodrigues. O excesso da destinação como performatividade errante. In: PIRES DE LIMA, Isabel; PONCE DE LEÃO, Isabel; FONSECA, Luís Adão da; ARAÚJO, Sofia (Coord.). Ética e Política na obra de A B-L. Porto: Fundação Eng. António de Almeida, 2017, p. 191-197.
LOURENÇO, Eduardo. Desconcertante Agustina: a propósito de Os Quatro Rios. O tempo e o Modo, n. 22, p. 110-117, 1964.
MENDES, Maria do Carmo. Agustina: eco-ética do/no feminino. In: PIRES DE LIMA, Isabel; PONCE DE LEÃO, Isabel; FONSECA, Luís Adão da; ARAÚJO, Sofia (Coord.). Ética e Política na obra de A B-L. Porto: Fundação Eng. António de Almeida, 2017, p. 133-150.
PIRES DE LIMA, Isabel. Agustina, a conservadora subversiva. Mea Libra, p. 28-29, 2007.
RÊGO, Isabel da Silva. Marguerite Yourcenar em Portugal. Alguns aspectos da sua recepção. 2000. Dissertação (Mestrado em Estudos Franceses). – Departamento de Línguas e Culturas, Universidade de Aveiro, Aveiro, 2000.
TRONTO, Joan C.; COHEN, Cathy J.; JONES, Kathleen B. Woman transforming politics: an alternative reader. New York: New York University Press, 1997.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Catherine Dumas

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.

Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.