Agustina Bessa-Luís e as mulheres
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2022.e87246Palabras clave:
Mulheres, Metamorfose, Ekfrase, Sororidade, QueerResumen
A personagem central da obra da romancista é a de Quina, a Sibila que deu o título ao romance emblemático A Sibila (1954) e que fica como referência ao longo da obra. A partir daí, este artigo examina como Agustina Bessa-Luís encena um universo ficcional construído à volta das personagens femininas e no qual interagem romance, biografia e autobiografia. Repudiando a etiqueta de feminista, a romancista cria o seu mundo mítico de sororidade, cujas protagonistas se afirmam contrariando a sociedade falocêntrica na qual evoluem. Este mundo é também habitado por estranhas criaturas em devir que conjugam a metamorfose sob múltiplos aspetos e a quem a autora confere o poder mágico da expressão. Neste sentido, ela alicerça o seu discurso numa simbiose ekfrástica com várias artistas plásticas portuguesas. A partir daí, analisarei uma visão do humano religada a correntes de pensamento novadoras, como o queer, o care ou a eco-ética e/ou eco-poética, o que me levará a procurar novas aborgagens críticas.
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