A música como amálgama cultural na montagem de Romeu e Julieta, do Grupo Galpão
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2017v22n1p72Resumo
A montagem de 1992 da peça Romeu e Julieta pelo Grupo Galpão, companhia teatral de Minas Gerais, caracteriza um importante momento de apropriação de uma das obras mais conhecidas do dramaturgo inglês William Shakespeare. Nessa adaptação, a música utilizada em cena ocupa um espaço central na trama. Os atores não apenas representam seus papéis, mas também tocam diversos instrumentos e cantam. A presença da música na adaptação resgata seu papel e valor nas performances para a audiência do teatro elisabetano e mostra como o Galpão traz essa informação para a contemporaneidade, possibilitando uma maior compreensão da recepção da obra de Shakespeare em contextos locais. As músicas selecionadas para a trilha sonora da peça formam uma espécie de “amálgama cultural”, por enfatizarem a grandeza e a força dos sentimentos dos trágicos protagonistas no desenrolar da trama, e também por constituírem um elemento-chave para a receptividade da plateia, cuja empatia com as canções é imediata. No contexto dos Estudos Culturais, que endossam uma noção plural e híbrida do conceito de cultura, a inserção de elementos tipicamente locais e de cunho popular, como modinhas, serestas e músicas folclóricas ressalta a pertinência e a atualidade dessas abordagens do texto shakespeariano.
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