A música como amálgama cultural na montagem de Romeu e Julieta, do Grupo Galpão

Autores/as

  • Delzi Alves Laranjeira Universidade do Estado de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2017v22n1p72

Resumen

A montagem de 1992 da peça Romeu e Julieta pelo Grupo Galpão, companhia teatral de Minas Gerais, caracteriza um importante momento de apropriação de uma das obras mais conhecidas do dramaturgo inglês William Shakespeare. Nessa adaptação, a música utilizada em cena ocupa um espaço central na trama. Os atores não apenas representam seus papéis, mas também tocam diversos instrumentos e cantam. A presença da música na adaptação resgata seu papel e valor nas performances para a audiência do teatro elisabetano e mostra como o Galpão traz essa informação para a contemporaneidade, possibilitando uma maior compreensão da recepção da obra de Shakespeare em contextos locais. As músicas selecionadas para a trilha sonora da peça formam uma espécie de “amálgama cultural”, por enfatizarem a grandeza e a força dos sentimentos dos trágicos protagonistas no desenrolar da trama, e também por constituírem um elemento-chave para a receptividade da plateia, cuja empatia com as canções é imediata. No contexto dos Estudos Culturais, que endossam uma noção plural e híbrida do conceito de cultura, a inserção de elementos tipicamente locais e de cunho popular, como modinhas, serestas e músicas folclóricas ressalta a pertinência e a atualidade dessas abordagens do texto shakespeariano.

Biografía del autor/a

Delzi Alves Laranjeira, Universidade do Estado de Minas Gerais

Possui graduação em Letras (1993), mestrado em Literaturas de Expressão Inglesa (1997), doutorado em Literatura Comparada (2005) e pós-doutorado (2006), todos pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é professora do curso de Letras da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Unidade Ibirité.

Publicado

2017-08-22

Cómo citar

LARANJEIRA, Delzi Alves. A música como amálgama cultural na montagem de Romeu e Julieta, do Grupo Galpão. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 22, n. 1, p. 72–82, 2017. DOI: 10.5007/2175-7917.2017v22n1p72. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2017v22n1p72. Acesso em: 3 jul. 2024.

Número

Sección

Cervantes & Shakespeare: 400 anos, e outros diálogos