Fio Jardim no espelho: uma análise do livro Canção para ninar menino grande (2018) de Conceição Evaristo
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2025.e105989Palabras clave:
homem negro, masculinidades, raça, trabalho, gêneroResumen
Este artigo teve como foco investigativo analisar o personagem Fio Jardim, da obra Canções para ninar menino grande (2018) de Conceição Evaristo. Por meio da análise do texto, discutimos a trajetória do personagem, a partir de seis eixos centrais: a escola, a relação com o pai, a paternidade, o trabalho, as mulheres que passam por sua vida e a amizade com Distinta Sá. A partir da narrativa, tecemos algumas considerações sobre homens negros brasileiros e a forma com que esses sujeitos constroem o modelo de “ser homem” na realidade nacional. Nosso objetivo foi pensar a formação humana do personagem por meio dos estudos sobre as masculinidades negras, raça, educação e racismo. Utilizamos como referencial teórico bell hooks (2015), Lélia Gonzalez (1984), Maria Lugones (2008), Mara Viveros Vigoya (2018), entre outros intelectuais que pensam o ser humano a partir das relações que tecem dentro da sociedade.
Citas
ALBUQUERQUE, Fernando Pessoa de. Um homem sem trabalho não é nada!?: trabalho, classe e masculinidades em serviços de atenção psicossocial. Fractal: revista de psicologia, v. 36, p. 1-10, 2024.
ANJOS FILHO, Nilton Correia dos; NEUFELD, Carmem Beatriz. Considerações clínicas no tratamento psicológico de indivíduos que sofrem com o trauma racial. Blog do Artmed, 28 mar. 2024. Disponível em: https://www.artmed.com.br/artigos/trauma-racial-consideracoes-clinicas-no-tratamento-psicologico. Acesso: 25. set. 2025.
ANZALDÚA, Gloria. Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 8, n. 1, p. 229-236, 2000.
BADE, Flavia; ROMANELLI, Geraldo. Paternidade e paternagem em famílias patrifocais. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 26, p. 1-17, 2018.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Trad. de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CARDOSO, Claudia Pons. Amefricanizando o feminismo: o pensamento de Lélia Gonzalez. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 22, n. 3, p. 965-986, set. 2014.
CARVALHO, Marília Pinto de. O fracasso escolar de meninos e meninas: articulações entre gênero e cor/raça. Cadernos Pagu, Campinas, v. 22, p. 247-290, 2004a.
CARVALHO, Marília Pinto de. Quem são os meninos que fracassam na escola?. Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 121, p. 11-40, jan./abr. 2004b.
CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar, ao silêncio da escola. Racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. São Paulo: Ed. Contexto, 2000.
COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Trad. de Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Boitempo, 2019.
DUARTE, Eduardo de Assis. O Bildungsroman afro-brasileiro de Conceição Evaristo. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 14, n. 1, p. 305-308, 2006.
EL PAÍS. Entrevista com Conceição Evaristo/Cultura. 2017. vídeo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wnB4YsSj1nA. Acesso em: 15 set. 2025.
EVARISTO, Conceição. Depoimento da escritora Conceição Evaristo. 20 abr. 2013. vídeo. Publicado por Marcos Alexandre. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=heHftI429U4. Acesso em: 25 set. 2025.
EVARISTO, Conceição. Canção para ninar menino grande. São Paulo: Unipalmares, 2018.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Trad. de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.
FRANCISCO, Monica da Silva. Discursos sobre colorismo: educação étnico-racial na contemporaneidade. Ensaios Filosóficos, v. 18, p. 97-109, 2018.
FRANCISCO, Monica. Negos pretos em linha de passe: uma leitura sobre a taça das favelas. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), v. 11, n. 30, p. 26-38, nov. 2019.
GONÇALVES, Maria Dayanny. O sexismo nas relações de gênero no ambiente escolar. 2019. 82 f. Monografia (Licenciatura em Pedagogia) - Centro de Formação de Professores, Universidade Federal de Campina Grande, UFCG, Cajazeiras, 2019.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Ciências Sociais Hoje, Brasília, n. 2, p. 223-244, 1984.
HIRATA, Helena. Globalização e divisão sexual do trabalho. Cadernos Pagu, Campinas, n. 17-18, p. 139-156, 2001.
HOOKS, Bell. Escolarizando homens negros. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 23, n. 3, p. 677-689, dez. 2015.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Desigualdades sociais por cor ou raça no Brasil. IBGE. Rio de Janeiro. 2022. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101972_informativo.pdf. Acesso em: 30 ago. 2025.
LANGARO, Flávia Nedeff; BENETTI, Silvia Pereira da Cruz. Subjetividade contemporânea: narcisismo e estados afetivos em um grupo de adultos jovens. Psicologia clínica, Rio de Janeiro, v. 26, n. 2, p. 197-215, dez. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pc/a/JyHcMZZkvVVmQMXp9DsrM6K/abstract/?lang=pt. Acesso em: 19 jun. 2025.
LUGONES, María. Colonialidad y Género. Tabula Rasa, Bogotá, Colombia, n. 9, p. 73-101, 2008.
MONSMA, Karl. A reprodução do racismo: fazendeiros, negros, e imigrantes no oeste paulista, 1880-1914. São Carlos: EdUFSCar, 2016
MOREIRA, Greiciellen Rodrigues; MAIA, Claudia de Jesus. Tradição romântica e transgressão/submissão feminina em Lucíola e Senhora de José de Alencar. In: IV Seminário de Literatura Brasileira, 2010. Montes Claros: Unimontes, 2010. p. 1-9.
OLIVEIRA, Gabriela Aparecida de; VALDIVIESO, Cristian; CASTRO, Helena Salim de. Gênero e Segurança Internacional na Perspectiva do Sul Global: uma análise das publicações no Brasil e na Colômbia. Revista Brasileira de Políticas Públicas e Internacionais, v. 9, p. 92-124, 2024.
PERARO, Maria Adenir. Princípio da Fronteira e a fronteira de princípios: filhos ilegítimos em Cuiabá no século XIX. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 19, n. 38, p. 55-80, 2000.
SILVA, Pereira Priscila; ANDRADE, Laura Freire de. A mulher e a dependência afetiva: Laços de amor que causam dor. Revista Brasileira de Ciências da Vida, v. 6, n. 1, p. 56-78, 2017.
THURLER, Ana Liesi. Paternidade e deserção: crianças sem reconhecimento, maternidades penalizadas pelo sexismo. 2004. 304 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Pós-Graduação em Sociologia, Universidade de Brasília, UNB, 2004. Disponível em: https://www.repositorio.unb.br/handle/10482/42177. Acesso em 25 nov. 2025.
VIVEIROS, Mara Vigoya. As cores da masculinidade: Experiências interseccionais e práticas de poder na Nossa América. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens, 2018.
ZUCCHI, Juliana Domingues. Desigualdade de rendimentos entre brancos e negros nos setores público e privado. 2006. 117 f. Dissertação (Mestrado em Economia) – Pós-Graduação em Economia, Universidade Estadual Paulista, UNESP, Araraquara, 2006. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/90036 Acesso em: 26 ago. 2025.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Monica da Silva Francisco
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.
