Autobiografia, autoficção: debate teórico a partir de “El escritor y el otro” de Carlos Liscano
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7917.2012v17n2p9Resumen
O livro El escritor y el otro do escritor uruguaio Carlos Liscano propõe uma profunda discussão dos jogos da criação ficcional, bem como reflete os possíveis limites da vida factual do escritor e sua posta em escrita. A partir disso, este trabalho objetiva discutir como o texto de Liscano sugere a problematização entre a ficção que se confunde como relato de vida e as contaminações mútuas advindas desse entrecruzamento. Em El escritor y el otro a vida e o escrever se ficcionalizam, encenando uma literatura que olha para si, que se autoquestiona. Além disso, o livro revela a diversidade do eu de um Liscano que se inscreve como ficção, ao mesmo tempo que apela diversas vezes à autorreferencialidade, a dados reconhecidos como da história pessoal do homem público e também do Uruguai, projetando o desejo do apagamento das fronteiras entre o factual e o ficcional. Portanto, partimos da hipótese de que os relatos presentes em El escritor y el otro não se limitam a uma literatura denominada testemunhal nem autobiográfica, senão que se projetam através de uma escrita que assume a indecidibilidade de gênero, num texto que reinventa uma vida na escrita, e esboça a performance de um autor e sua imagem especular, como forma de remedar a vida daquele que escreve e da mesma estrutura especular do próprio texto que este elabora.
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