“Que fale a que vai morrer”: a configuração da subalternidade na dramaturgia de Clarice Lispector

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2015v20n1p128

Resumen

É intensa a produção de Clarice Lispector quando a personagem feminina é elemento fundamental do texto. As regras da suposta moral que prendem a mulher em sociedades patriarcais são incessantemente questionadas na tessitura de Clarice, desde seus romances, contos, e até mesmo em sua tímida dramaturgia. Com efeito, este trabalho tem como objetivo tecer reflexões acerca da configuração da personagem feminina que protagoniza o único texto em gênero dramático de Clarice Lispector: A pecadora queimada e os anjos harmoniosos (2005), sob a perspectiva dos estudos acerca da subalternidade. O estudo vale-se de pesquisa bibliográfica, utilizando método indutivo. Desse modo, como referencial teórico escolhido, há a imprescindível contribuição de Spivak (2010), para tratar dos estudos subalternos, como também de Beverley (2004) e Mignolo (2003). O percurso analítico no que tange à dramaturgia será ancorado pelos postulados de Magaldi (1998) e Roubine (2003). A obra consegue cumprir sua missão de suscitar profunda reflexão sobre a opressora influência da moral religiosa e das instituições patriarcais, destacando o confronto ideológico entre o gênero masculino e o feminino nas vozes ideológicas nela contidas. Clarice Lispector representa o subalterno como um sujeito histórico, cuja identidade constitui-se como uma antítese de um sujeito dominado, e busca, nessa peça em especial, trazer reflexões acerca do patriarcalismo que ainda perdura em tempos atuais.

 

Biografía del autor/a

Wagner Corsino Enedino, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Mestrado em Estudos Literários pela UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho";Campus de Araraquara, Doutorado em Letras pela UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho";, Campus de São José do Rio Preto e Pós-Doutorado pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Atua no Programa de Pós-Graduação em Letras (Mestrado e Doutorado), Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas e no Mestrado em Estudos de Linguagens do Centro de Ciências Humanas e Sociais, na mesma instituição, em Campo Grande-MS. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, Literatura Brasileira, Teatro e Dramaturgia, atuando especialmente nos seguintes temas: Plínio Marcos, Nelson Rodrigues, Teatro sul-mato-grossense, Dramaturgia paraguaia, Drama em Literatura Inglesa, Literatura Comparada e Estudos Culturais, Estudos da Subalternidade,Teatro Brasileiro Contemporâneo, Identidade e Dramaturgia.

Alana Regina Sousa de Menezes, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Possui graduação em Letras pela UNIT - Universidade Tiradentes - em Aracaju, Sergipe.  Fez Pós-Graduação lato-sensu em Metodologia do Ensino Superior pela Faculdade São Luís de Franca em Aracaju, Sergipe. Tem experiência na área de Letras, atuando especialmente nos seguintes temas: dramaturgia, subalternidade, Clarice Lispector, Pós-colonialidade e gênero. Atualmente cursa Direito na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas. Também é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Letras na linha de pesquisa Literatura, História e Sociedade na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. É autora de "Maria Rejeitadinha e Outros Poemas".

Publicado

2015-05-21

Cómo citar

ENEDINO, Wagner Corsino; DE MENEZES, Alana Regina Sousa. “Que fale a que vai morrer”: a configuração da subalternidade na dramaturgia de Clarice Lispector. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 20, n. 1, p. 128–146, 2015. DOI: 10.5007/2175-7917.2015v20n1p128. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2015v20n1p128. Acesso em: 15 abr. 2025.

Número

Sección

Seção Temática Estudos Subalternos

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