“A virgindade de que ela era a depositária”: a representação de Caddy Compson em O som e a fúria, de William Faulkner

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2023.e92448

Palabras clave:

Representação do feminino, Relações de gênero, Romance moderno

Resumen

Nosso objetivo aqui é oferecer uma leitura das múltiplas vozes do romance O som e a fúria, de William Faulkner, para construir uma interpretação sobre o silêncio imposto a Candance (Caddy) Compson dentro da narrativa. Para tanto, centramos nossa interpretação no modo como o romance é narrado, utilizando as vozes masculinas para contar os mesmos eventos vividos pela família Compson. Assim, destacamos que a figura feminina, Caddy, é filtrada pelas três vozes masculinas dos irmãos Quentin, Jason e Benjamin, que comandam os três capítulos iniciais da narrativa. Como consequência, é negado a Caddy o direito de contar a sua versão sobre os fatos narrados pelos três irmãos. Além disso, o texto ainda constrói essa figura feminina como representante da queda da família. Nossa leitura dialogará com o trabalho de Helloisa Toller Gomes (1981), Susan Sontag (1987) e Susanna Hempstead (2020), entre outros.

Biografía del autor/a

José Vilian Mangueira, Universidade Estadual da Paraíba

Doutor em Letras pela Universidade Federal da Paraíba. Professor da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, atuando na Graduação do curso de Letras / Inglês nas áreas de Literatura Anglo-Americana. Pesquisador do CNPq, com trabalhos envolvendo a representação de Gênero na Literatura. Tem textos publicados em revistas e congressos da área de Literatura, sobre temas relacionados aos Estudos de Gênero, Crítica Feminista e Literatura e Sociedade.

Citas

BACHELARD, Gaston. A água e os sonhos. Trad. de Antônio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BASSETT, John Earl. Family Conflict in The Sound and the Fury. Studies in American Fiction, v. 9, n. 1, p. 1-20, 1981. Disponível em: https://muse.jhu.edu/article/440598/pdf. Acesso em: 21 abr. 2020.

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, número. Trad. de Vera da Costa e Silva; Raul de Sá Barbosa; Angela Melim; Lúcia Melim. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.

FAULKNER, William. O som e a fúria. Trad. de Paulo Henriques Britto. São Paulo: Cosac Naify, 2004.

GOMES, Heloisa Toller. O poder rural na ficção. São Paulo: Ática, 1981.

HEMSPTEAD, Susanna. “Once a Bitch, Always a Bitch”: rereading Caddy in The Sound and the Fury. The Faulkner Journal, v. 31, n. 1, p. 23-42, 2017. Disponível em: https://muse.jhu.edu/article/725663. Acesso em: 25 abr. 2020.

RICH, Adrianne. On lies, secrets and silence. New York/London: W. W. Norton & Company, 1995.

SONTAG, Susan. A vontade radical: estilos. Trad. de João Roberto Martins Filho. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

Publicado

2023-10-04

Cómo citar

MANGUEIRA, José Vilian. “A virgindade de que ela era a depositária”: a representação de Caddy Compson em O som e a fúria, de William Faulkner. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 28, p. 01–18, 2023. DOI: 10.5007/2175-7917.2023.e92448. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/92448. Acesso em: 27 jul. 2024.

Número

Sección

Artigos