Corpos nus de mulheres negras: eixos poéticos e políticos da escrita de mulheres africanas lusófonas
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n158880Resumo
Nos países africanos, o poder colonial encontrou nos corpos nus das mulheres negras um instrumento axial para o exercício material e simbólico da apropriação e violência. As corporalidades eram discursivamente construídas para legitimar uma ordem social codificada por gênero e raça. Nos projetos anticoloniais e das independências, os corpos nus de mulheres negras também são instrumento discursivo fundamental de um poder que agora é negro, mas permanece masculino e patriarcal, e que igualmente os objetifica, domina, expropria, controla e violenta. Importa, pois, considerar os modos em que as mulheres negras contestam esta expropriação e resistem a estas violências através de vozes incisivas que reclamam os seus corpos. Mulheres escritoras e poetas criam novas gramáticas poéticas nas quais ostentam as suas feminilidades, a sua nudez e a pele negra como o verdadeiro locus de articulação da violência e da resistência.
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