A fenomenologia dos corpos que não devem produzir desejo
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n154438Resumo
Trata-se de artigo com inspiração teórica fenomenológico-existencial. Pretende desvelar sentidos/sentidos acerca do corpo que não deve produzir desejo, do corpo com paralisia cerebral, a partir do afloramento sexual da personagem Gabriela Brimmer, do filme Gaby, uma história verdadeira. Como metodologia, utiliza instrumentos da pesquisa fenomenológica como descrição e versão do sentido. Como resultado, mostra que a produção desvela o protagonismo da moça, que evidencia corpo paralisado, mas não imóvel, não silenciado de ânsias, quebrando o paradigma da pessoa com paralisia cerebral como eterna infante, assexuada e, por isso, destituída de desejos. Como considerações finais, desvela que abafar o desejo sexual significa emudecer desejos vitais, que perpassam as existências.
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