Militantes invisíveis: as cabo-verdianas e o movimento independentista (1956-1974)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n168316

Resumo

Tendo a participação de mulheres cabo-verdianas no movimento independentista sido grandemente ocultada no país já independente, através da consulta de diversos arquivos e da realização de entrevistas, foi possível identificar um número muito maior de mulheres que militaram activamente pela independência do que o que tem sido divulgado até a data. Tendo sido possível reconstituir as trajectórias políticas das que aderiram na fase inicial, antes do começo do conflito armado na Guiné-Bissau, em 1963, neste artigo procura identificar-se as formas adoptadas tanto pela polícia política portuguesa como pelo próprio Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde (PAIGC) de ocultação desta presença e participação, ainda antes da independência de Cabo Verde, proclamada em 1975.

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Biografia do Autor

Ângela Sofia Benoliel Coutinho, Fundação Rosa Luxemburgo

Investigadora no IPRI / Universidade Nova de Lisboa e no CEIS20 – Universidade de Coimbra. Obteve o doutoramento em História da África Negra Contemporânea pela Universidade de Paris I – Panthéon ‑Sorbonne, em 2005. LeccionounaUniversidade de Paris X – Nanterre University, em França e no ensino superior privado em Cabo Verde. Foibolseira de pós-doutoramento da FCT (Portugal).

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Publicado

2020-06-05

Como Citar

Coutinho, Ângela S. B. (2020). Militantes invisíveis: as cabo-verdianas e o movimento independentista (1956-1974). Revista Estudos Feministas, 28(1). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n168316

Edição

Seção

Dossiê Mundos de Mulheres 2021: Pensamentos Feministas Afro-Moçambicanos - Ativismos