Mulheres que vivem com HIV/aids: vivências e sentidos produzidos no cotidiano
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n61140Resumo
Neste artigo visou-se compreender como cinco mulheres que vivem com HIV produzem sentidos sobre suas vivências após o diagnóstico de infecção. Realizou-se entrevistas com usuárias de um serviço ambulatorial de um hospital, cuja análise foi fundamentada no referencial teóricometodológico da perspectiva feminista de gênero na interface com as Práticas Discursivas e Produção de Sentidos. Construiu-se mapas dialógicos compostos por três categorias temáticas embasadas nos objetivos propostos e analisou-se como as questões de gênero, dentro de uma sociedade patriarcal e heteronormativa, incidem nas práticas de cuidado e assistência à saúde. Os resultados apontaram para a existência de julgamento moral e preconceito que atravessam e desafiam o manejo do (auto)cuidado dessas mulheres.
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