A Mulher Heroína em combate ao patriarcado em Moçambique
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n269909Resumen
Este artigo tem como foco principal analisar a música Mulher Heroína, da rapper, advogada e professora de direito Iveth Mafundza. A artista moçambicana denuncia a desigualdade de gênero em vários aspectos socioeconômicos e culturais do país, tais como educação, acesso ao emprego, culpabilização das mulheres por doenças, lobolo e mutilação genital. As denúncias apresentadas na letra são comparadas a teóricas do rap e do feminismo, com ênfase em autoras que estudam a realidade social das mulheres moçambicanas. Dados estatísticos apresentados pelo Censo do país de 2017 e pelo relatório da ONU Mulheres de 2015 auxiliam nesta análise. A metodologia ainda abrange análise de discurso da letra Mulher Heroína e entrevistas semiestruturadas. O artigo também traça um histórico sobre a atuação das rappers moçambicanas, apresentando as pioneiras e os trabalhos mais recentes de rap feminista do país.
Descargas
Citas
ABOIM, Sofia. “Masculinidades na encruzilhada: hegemonia, dominação e hibridismo em Maputo”. Análise Social, v. XLIII, p. 273-295, 2008.
AMADIUME, Ifi. Reinventing Africa. Matriarchy, Religion, Culture. London; New York: Zed Books Ltda., 1997.
AZAGAIA. Entrevista, 22/03/2018. Entrevistador: Autor do artigo. Entrevista para a pesquisa de Doutorado. Transcrição: Levi Soares.
BAGNOL, Brigitte; MARIANO, Esmeralda. “Cuidados consigo mesma, sexualidade e erotismo na Província de Tete, Moçambique”. Physis, Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p. 387-404, 2009.
BOLETIM OFICIAL DE MOÇAMBIQUE número 20. Diploma Legislativo no 238 de 17/05/1930, 1930.
CASIMIRO, Isabel Maria. Paz na terra, guerra em casa. Pernambuco: EDUFPE, 2014. (Série Brasil & África - Coleção Pesquisas 1)
INE. INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA. Recenseamento Geral da População e Habitação (CENSO). Maputo: Instituto Nacional de Estatística, 2007. Disponível em http://www.ine.gov.mz/operacoes-estatisticas/censos/censo-2007/rgph-2007. Acesso em 07/04/2019.
INE. INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA. IV Recenseamento Geral da População e Habitação (CENSO). Maputo: Instituto Nacional de Estatística, 2017. Disponível em http://www.ine.gov.mz/iv-rgph-2017/mocambique/censo-2017-brochura-dos-resultados-definitivos-do-iv-rgph-nacional.pdf/view. Acesso em 05/04/2019.
CHICHAVA, Sérgio Inácio; POHLMANN, Jonas Fernando. “Uma breve análise da imprensa moçambicana”. In: BRITO, Luís de et al. (Orgs.). Desafios para Moçambique 2010. Maputo: Instituto de Estudos Sociais e Económicos, 2008. p. 127-138.
COLLINS, Patricia Hill. From black power to hip-hop: racism, nationalism, and feminism. Philadelphia: Temple University, 2006.
CRUZ E SILVA, Teresa; ANDRADE, Ximena. “Feminização do SIDA em Moçambique: a cidade de Maputo, Quelimane e distrito de Inhassunge na província da Zambézia como estudos de caso”. Outras vozes, n. 10, p. 1-9, fev. 2005.
DAMOST, DJ; BLING, Dama do; PEPA, Gina; MAFUNDZA, Iveth. Mulher moçambicana, 2010. Disponível em https://soundcloud.com/afnuhswaa/dj-damost-feat-gina-pepa-dama. Acesso em 03/11/2019.
FILADY. Entrevista via Whatsapp, 02/09/2018. Entrevistador: Autor do artigo. Entrevista para a pesquisa de Doutorado.
FILADY. “Vendedora ambulante”. Maputo: Gravação independente. YouTube, 2012. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=jS5KpV_H4Hc. Acesso em 05/11/2019.
FILADY. “Mãe grande”. Maputo: Gravação independente . YouTube, 2017a. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Y4L5c1kZUz0. Acesso em 05/11/2019.
FILADY. “Pão seco”. Maputo: Gravação independente. YouTube, 2017b. Disponível em https://moz-fresca.blogspot.com/2017/10/download-mp3-filady-pao-seco-feat-rukan.html. Acesso em 05/11/2019.
FRELIMO CIDADE DE MAPUTO. Ivete Mafundza, Jurista e Cantora Confia na FRELIMO e seu Candidato Filipe Jacinto Nyusi. YouTube, 2019. (2m12s). Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=CTa8HgzsLgw. Acesso em 05/05/2020.
GASPARETTO, Vera. Corredor de Saberes: Vavasati Vatinhenha (Mulheres Geroínas) e Redes de Mulheres e Feministas em Moçambique. 2019. Doutorado (Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.
ISSUFO, Nádia. “Madgermanes trabalharam para pagar dívidas de Moçambique a ex-RDA?”. Deutsche Welle, 2019. Disponível em https://www.dw.com/pt-002/madgermanes-trabalharam-para-pagar-d%C3%ADvidas-de-mo%C3%A7ambique-a-ex-rda/a-47747192. Acesso em 25/07/2019.
LARA, Fat. Raciocina: Atenção Desminagem. Maputo: Kandonga. 1 disco, faixa 2 (3:40), 2004.
LEONEL, Helder. Entrevista Local, 16/03/2018. Entrevistador: Autor do artigo. Maputo-Moçambique. Entrevista para a pesquisa de Doutorado. Transcrição: Levi Soares.
LOFORTE, Ana Maria. “Algumas reflexões sobre formas de deslegitimação da violência contra mulher em Moçambique”. In: CRUZ E SILVA, Teresa; CASIMIRO, Isabel Maria (Orgs.). A ciência ao serviço do desenvolvimento? Experiências de países africanos falantes de língua oficial portuguesa. Oxford: African Books Collective, 2015. p. 11-22.
MAFUNDZA, Iveth. Entrevista Local, 15/12/2018. Entrevistador: Autor do artigo. Matola-Moçambique. 1 arquivo.m4a (1:45:20min). Entrevista para a pesquisa de Doutorado. Transcição: Levi Soares.
MAFUNDZA, Iveth. Amiga: O Convite. Maputo: Cotonete Records. 1 disco, faixa 17 (5:15), 2010a.
MAFUNDZA, Iveth. Mulher heroína: O Convite. Maputo: Cotonete Records. 1 disco, faixa 15 (5:05), 2010b.
MATIAS, Leonel. “Moçambique: Aumenta nível de prevalência do HIV”. Deutsche Welle, 2017. Disponível em http://www.dw.com/pt-002/mo%C3%A7ambique-aumenta-n%C3%ADvel-de-preval%C3%AAncia-do-hiv/a-38759684. Acesso em 03/04/2018.
MAÚNGUE, Hélio Bento. A face feminina do HIV e SIDA: um estudo sobre as experiências de mulheres enfectadas pelo HIV na cidade de Maputo, Moçambique. 2015. Mestrado (Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.
McCLINTOCK, Anne. Couro Imperial - Raça, Gênero e Sexualidade no embate colonial. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.
McFADDEN, Patricia. “On being na African feminist, scholar and activist”. SAPEM, Harare, v. 11, n. 5, p. 26-30, 1998.
MENDONÇA, Fátima. Rui de Noronha: meus versos. Lisboa: Texto Editores, 2006. (Edição crítica da poesia de Rui de Noronha)
MENDONÇA, Fátima. “Moçambique: um lugar para a poesia”. In: SOUSA, Noémia. Sangue Negro. Ilustrações de Mariana Fujisawa. São Paulo: Kapulana, 2016. (Vozes da África)
MENESES, Maria Paula. “Corpos de violência, linguagens de resistência: as complexas teias de conhecimentos no Moçambique contemporâneo”. Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], Coimbra, n. 80, p. 161-194, 2008.
MENESES, Maria Paula. “O ‘indígena’ africano e o colono ‘europeu’: A construção da diferença por processos legais”. E-cadernos CES, Coimbra, n. 07, p. 67-93, 2010.
MITCHELL, Tony. Global noise: Rap and hip-hop outside the USA. Middletown: Wesleyan University Press, 2001.
NASCIMENTO, Washington Santos. Gentes do mato: “Os novos assimilados” em Luanda (1926-1961). 2013. Doutorado (Programa de Pós-Graduação em História Social), Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.
ONU. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. “ONU: 68 milhões de mulheres e meninas poderão sofrer mutilação genital até 2030”. ONU, 2019. Disponível em https://nacoesunidas.org/onu-68-milhoes-de-mulheres-e-meninas-poderao-sofrer-mutilacao-genital-ate-2030/. Acesso em 05/05/2020.
ONU MULHERES. Progress of the world´s women 2015-2016: Transforming economies, realizing right. UN WOMEN, 2015.
OSÓRIO, Conceição; SILVA, Teresa Cruz. Buscando sentidos - género e sexualidade entre jovens estudantes do ensino secundário, Moçambique. Moçambique: WLSA, 2008.
O PAÍS. “Mulheres investem no Hip-Hop para incentivar espírito revolucionário”. O País, 2018. Disponível em http://opais.sapo.mz/mulheres-investem-no-hiphop-para-incentivar-espirito-revolucionario. Acesso em 12/05/2020.
PEPA, Gina. Entrevista via Whatsapp, 04/08/2019. Entrevistador: Autor do artigo. Entrevista para pesquisa de Doutorado.
PEPA, Gina. “G.I.N.A. P.E.P.A.”. Maputo: Gravação independente. YouTube, 2006. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Y4L5c1kZUz0. Acesso em 03/11/2019.
PINHO, Osmundo. “A antropologia da África e o lobolo no sul de Moçambique”. Afro-Ásia (UFBA. Impresso), Salvador, v. 1, p. 9-41, 2011.
PRICE, Emmett G. Hip-hop culture. Santa Barbara: ABC-CLIO, 2006.
ROSE, Tricia. Black noise: Rap music and the black culture in contemporary America. Hanover: University Press of New England, 1994.
SANTOS, Boaventura de Sousa. “Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes”. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 78, p. 3-46, 2007.
TEIXEIRA, Ana Luísa. “A construção sociocultural de ‘género’ e ‘raça’ em Moçambique: continuidade e ruptura nos períodos colonial e póscolonial”. In: 6º CONGRESSO SOPCOM, 2009, ISCTE - Centro de Estudos Africanos. Anais..., 2009.
VELOSO, Jacinto. Memórias em voo rasante. Maputo: JVCI, 2007.
ZACARIAS, Amós. “Alice Mabota: ‘Rejeição de candidatura à Presidência é política’”. Deutsche Welle, 2019. Disponível em https://www.dw.com/pt-002/alice-mabota-rejei%C3%A7%C3%A3o-de-candidatura-%C3%A0-presid%C3%AAncia-%C3%A9-pol%C3%ADtica/a-49871774. Acesso em 05/05/2020.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Revista Estudos Feministas

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
La Revista Estudos Feministas está bajo licencia de la Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite compartir el trabajo con los debidos créditos de autoría y publicación inicial en este periódico.
La licencia permite:
Compartir (copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato) y/o adaptar (remezclar, transformar y crear a partir del material) para cualquier propósito, incluso comercial.
El licenciante no puede revocar estos derechos siempre que se cumplan los términos de la licencia. Los términos son los siguientes:
Atribución - se debe otorgar el crédito correspondiente, proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se han realizado cambios. Esto se puede hacer de varias formas sin embargo sin implicar que el licenciador (o el licenciante) haya aprobado dicho uso.
Sin restricciones adicionales - no se puede aplicar términos legales o medidas de naturaleza tecnológica que restrinjan legalmente a otros de hacer algo que la licencia permita.


