O jogo do patriarcado em Um limite entre nós
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n372447Resumo
O texto dramático pode admitir reflexões políticas variadas, acrescidas de intensidade, posto que o texto se materializa em performances. Neste artigo, trazemos uma crítica ao patriarcado fundamentada no feminismo negro, nos estudos de gênero e na interseccionalidade. A peça de teatro analisada é Um limite entre nós (em inglês, Fences), originalmente publicada em 1985, um texto pungente da literatura norte-americana criado pelo dramaturgo August Wilson (1945-2005). Na obra, o protagonista Troy encontra-se amarrado ao sistema racista americano, comportando-se conforme as regras rígidas do beisebol. No jogo, a esposa Rose tem pouquíssimas chances de vitória. Essa vida reduzida de Rose, apontada brilhantemente por Wilson, torna possível concebermos uma crítica à instituição da família e da sociedade capitalista ocidental sustentada no patriarcado.
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