Expressões e corporalidades de mulheres cis e homens trans no ambiente futebolístico
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n279331Resumo
Neste artigo trazemos as reflexões etnográficas de dois campos de pesquisa distintos. O objetivo é evidenciar como as estruturas machistas e LGBTfóbicas são vivenciadas por mulheres e também por homens trans durante a prática esportiva futebolística. Sabe-se que os esportes, sobretudo o futebol, são considerados campos privilegiados na produção e reiteração de expressões normativas de masculinidade, visto que tomam o homem cisgênero e heterossexual como o seu natural praticante e interlocutor. Em razão disso, o machismo e a LGBTfobia são estruturantes do campo futebolístico, uma vez que mulheres e pessoas LGBTQI+ são ainda constantemente interpeladas e veem a sua presença nesse campo ser recorrentemente questionada e até mesmo depreciada.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Guilherme Silva de. “‘Homens trans’: novos matizes na aquarela das masculinidades”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 20, n. 2, p. 513-523, maio/ago. 2012. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2012000200012&lng=en&nrm=iso. Acesso em 01/07/2020.
BENEVIDES, Bruna; BONFIM, Sayonara Nader. Dossiê dos assassinatos e da violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2019. São Paulo: Expressão Popular; ANTRA; IBTE, 2020.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
CAMARGO, Wagner Xavier de. Circulando entre práticas esportivas e sexuais: etnografia em competições mundiais esportivas LGBTs. 2012. Doutorado (Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/96147. Acesso em 25/06/2020.
CAMARGO, Wagner Xavier de. “Esporte, cultura e política: a trajetória dos Gay Games nas práticas esportivas contemporâneas”. Revista USP, São Paulo, n. 108, p. 97-114, 2016.
DAMO, Arlei Sander. Do dom à profissão: a formação de futebolistas no Brasil e na França. São Paulo: Aderaldo & Rithschild Ed.; Anpocs, 2007.
ELSAS, Louis J. et al. “Gender verification of female athletes”. Genetics in Medicine, Washington, D.C., v. 2, n. 4, July/Aug. 2000.
EUN-SUN, Park. [Entrevista cedida a] Javier Salas. “Verificação do sexo, nova humilhação para as jogadoras de futebol”. El País [online], 02/06/2015. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/01/ciencia/1433159953_245845.html. Acesso em 10/07/2020.
HALBERSTAM, Jack. “Generaciones trans”. In: HALBERSTAM, Jack. Trans*: una guía rápida y peculiar de la variabilidad de género. Barcelona: Egales, 2018. E-book.
LAQUEUR, Thomas. Inventando o sexo: corpo e sexo dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
LENSKYJ, Helen. Out of bounds: women, sport & sexuality. Toronto: Women’s Press, 1986.
MARTINS, Raphael. [Entrevista cedida a] Vivian Reis e Fabio Tito. “Transgêneros se unem para formar time de futebol e ‘família’ em SP”. G1 São Paulo [online], 17/05/2017. Disponível em https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/transgeneros-se-unem-para-formar-time-de-futebol-e-familia-em-sp.ghtml. Acesso em 06/07/2020.
PIEPER, Lindsay. Sex testing: gender policing in women’s sports. Baltimore, University of Illinois Press, 2016. E-book.
PINTO, Maurício Rodrigues. Pelo direito de torcer: das torcidas gays aos movimentos de torcedores contrários ao machismo e à homofobia no futebol. 2017. Mestrado (Pós-Graduação em Mudança Social e Participação Política) – Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
PIRES, Bárbara. As políticas e produções de sexo/gênero no esporte: um olhar sobre o hiperandrogenismo às vésperas das Olimpíadas Rio 2016. CLAM – Centro Latino-Americano de Sexualidade e Direitos Humanos/UERJ, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em http://www.clam.org.br/destaque/conteudo.asp?cod=12405. Acesso em 30/06/2020.
PISANI, Mariane da Silva. “Lesbianidades em campo: afeto e desejo entre jogadoras de futebol brasileiras”. In: SAGGESE, Gustavo Santa Roza et al (Orgs.). Marcadores sociais da diferença: gênero, sexualidade, raça e classe em perspectiva antropológica. São Paulo: Terceiro Nome; Gramma, 2018a. p. 251-267.
PISANI, Mariane da Silva. “Sou feita de chuva, sol e barro”: o futebol de mulheres praticado na cidade de São Paulo. 2018b. Doutorado (Pós-Graduação em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
PRECIADO, Paul B. Testo junkie: sexo, drogas e biopolítica na era farmacopornográfica. São Paulo: N-1 Edições, 2018.
SILVEIRA, Viviane Teixeira; VAZ, Alexandre Fernandez. “Corpo feminino no esporte: entre heterossexualidade compulsória e lesbofobia”. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 36, n. 2, supl., p. 212-222, abr./jun. 2014a. Disponível em http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/2128. Acesso em 05/07/2020.
SILVEIRA, Viviane Teixeira; VAZ, Alexandre Fernandez. “Doping e controle de feminilidade no esporte”. Cadernos Pagu, Campinas, n. 42, p. 447-475, jun. 2014b. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332014000100447&lng=en&nrm=iso. Acesso em 08/07/2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista Estudos Feministas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Estudos Feministas está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
A licença permite:
Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são os seguintes:
Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se foram feitas mudanças. Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o uso em questão.
Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.