Bruxas: figuras de poder

Autores

  • Paola Basso Menna Barreto Gomes Zordan Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-026X200500020007

Resumo

As mulheres que tanto a história como a imaginação popular mitificaram como “bruxas” constituem figuras que expurgam as fobias da Contra Reforma. As bruxas foram torturadas e queimadas para sinalizar os perigos de práticas e saberes à margem da Igreja e de outras instituições dominantes na Idade Moderna. Parteiras, curandeiras e carpideiras, as bruxas misturam em seu caldeirão os mistérios da vida e da morte herdados das tradições pagãs. Este artigo percorre textos de historiadores, em especial o de Jules Michelet, que no século XIX construiu a imagem romântica e martirizada da bruxa, e o manual de inquisidores do século XIV, o Malleus Maleficarum, que descreve os poderes da bruxa, sua aliança com o demônio e sua ameaça para o cristianismo. Os discursos instaurados por tais textos constroem tanto a imagem que glorifica a bruxa quanto aquela que a execra, mostrando ambas o potencial transformador de suas práticas e de sua ligação com a sexualidade.

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Publicado

2005-01-01

Como Citar

Zordan, P. B. M. B. G. (2005). Bruxas: figuras de poder. Revista Estudos Feministas, 13(2), 331. https://doi.org/10.1590/S0104-026X200500020007

Edição

Seção

Ensaio