Ecopoeta queer? Uma análise de “Chitô [Tito]”, da poeta japonesa Hiromi Ito
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-026X2011000100018Resumo
O conceito de natureza tem sido caracterizado por uma série de dicotomias, como natureza externa/natureza interna e ambiente natural/corpo. De uma forma geral, a crítica ambientalista japonesa tem ignorado o lado direito desses dualismos – natureza interna ecorpo. Este trabalho enfoca essas dimensões suprimidas através do exame do ecopoema de Hiromi Ito “Chitô [Tito]”, retirado do livro Noro to Saniwa [Noro e Saniwa], que escreveu com Chizuko Ueno. Ao falar sobre natureza interna e corpo, o presente estudo ocupa-se especialmenteda sexualidade e da queeridade. Hiromi Ito é perspectivada como uma ecopoeta queer, por que em “Chitô”, ao questionar implicitamente a ‘naturalidade’ da heterossexualidade universal, ela problematiza as fronteiras entre heterossexualidade e homossexualidade, mostra sem inibiçõessua significação erótica retida do estágio anal pré-edipiano em suas explorações sexuais adultas, assim como uma utopia onanista sadomasoquista (SM) reservada apenas a uma mulher, e trata os homens no poema como sendo meros corpos desmembrados e órgãos sexuais objetificados; mais ainda, sua queeridade encontra outras encorporações significantes em sua recusa de se deixar cair na armadilha de identidades sexuais ou sexualidades fixas. Nesse sentido, este trabalho ilumina as dimensões esquecidas das dicotomias natureza externa/natureza interna e ambiente natural/corpo em “Chitô”.
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