Práticas pedagógicas reprodutoras de desigualdades: a subrepresentação de meninas entre alunos superdotados
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-026X2011000200013Palavras-chave:
Gênero, Estereótipo, Superdotação, Educação EspecialResumo
Muitos indicadores do Brasil e da América Latina mostram que ambos estão muito próximos da meta de paridade de gêneros da Educação para Todos. Entretanto, esmiuçando as estatísticas, encontram-se nichos nos quais as meninas são tratadas diferentemente, com base em preconceitos e estereótipos. Esse é o caso de um sistema de ensino em que as alunas são sub-representadas no seu Programa de Atendimento ao Aluno com Altas Habilidades/Superdotação. A presente pesquisa investigou os critérios para identificar e encaminhar esses alunos. Com base em dados especialmente tabulados, foi selecionada a área geográfica com a menor representação de alunas, onde se realizaram entrevistas semiestruturadas com os profissionais do ensino regular, responsáveis pela indicação dos alunos, e com os profissionais do Programa. Após cada entrevista, foi entregue um formulário, em forma de check-list, com as características e/ou comportamentos que podem ser evidenciados nos alunos e nas alunas identificados como superdotados. A análise revelou que a subestimativa dos talentos femininos ocorre na seleção e na indicação de discentes pelos professores do ensino regular, quando as meninas são vistas pelas lentes de estereótipos, com a internalização de imagens de inferioridade pelas/os próprias/os professoras/es, em ampla maioria mulheres. Entretanto, os professores e os psicólogos do Programa evidenciaram ter compreensão da paridade de gênero e do conceito de altas habilidades/superdotados, esse coerente com a literatura. Assim, a sub-representação de meninas surge antes da porta de entrada, devendo os professores do ensino regular ser adequadamente preparados para realizar as indicações.
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