Operárias no Cariri cearense: fábrica, família e violência doméstica

Autores

  • Iara Maria Araújo Universidade Regional do Cariri, Ceará
  • Jacob Carlos Lima Universidade Federal de São Carlos
  • Izabel Cristina Ferreira Borsoi Universidade Federal do Espírito Santo

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0104-026X2011000300004

Resumo

Neste artigo discutimos as mudanças representadas pela entrada de mulheres no trabalho fabril numa região de industrialização recente, buscando verificar em que medida essa inserção, em um contexto de crise do emprego e em uma região marcada pela informalidade de parte significativa das atividades econômicas, tem influenciado a redefinição dos papéis familiares e acentuado conflitos geradores de violência doméstica. Foram realizadas entrevistas com 14 mulheres que denunciaram algum tipo de violência praticada por seus maridos ou companheiros na Delegacia Regional da Mulher, no município de Crato, CE. Os dados obtidos apontam, entre outros aspectos, que a entrada das mulheres na esfera pública e a autonomia financeira, propiciadas pelo trabalho fabril, tendem a provocar mudanças nos tradicionais papéis de gênero, cujas consequências tem se expressado no questionamento do lugar do homem como provedor, nos rompimentos do grupo familiar e violência doméstica contra as trabalhadoras.

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Biografia do Autor

Iara Maria Araújo, Universidade Regional do Cariri, Ceará

É doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), professora adjunta da Universidade Regional do Cariri (URCA) e bolsista de produtividade em pesquisa (BPI) pela FUNCAP. Tem experiência na área de sociologia, com ênfase em sociologia do trabalho, sociologia da educação, sociologia econômica e do desenvolvimento, trabalho e gênero, atuando principalmente nos seguintes temas: reestruturação produtiva, industrialização regional, arranjos produtivos, redes sociais, qualificação profissional, violência de gênero, gênero e educação.

Jacob Carlos Lima, Universidade Federal de São Carlos

É doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP, 1992), com pós-doutorado no Department of Urban Studies and Development do Massachussetts Institute of Technology, Estados Unidos (2001). Professor titular no Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e pesquisador do CNPq, atua em pesquisas nas áreas de sociologia do trabalho, urbana, econômica e do desenvolvimento, destacando-se os seguintes temas: industrialização regional, redes sociais e mercados de trabalho urbanos, reestruturação produtiva, cooperativas de trabalho, informalidade, mobilidades, estudos culturais do trabalho e economia solidária.

Izabel Cristina Ferreira Borsoi, Universidade Federal do Espírito Santo

É graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES, 1987), mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 1993) e doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC, 2003). Professora do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFES, tem atuado principalmente nas áreas de psicologia social do trabalho e sociologia do trabalho, estudando trabalho, saúde e modo de vida.

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Publicado

2012-03-14

Como Citar

Araújo, I. M., Lima, J. C., & Borsoi, I. C. F. (2012). Operárias no Cariri cearense: fábrica, família e violência doméstica. Revista Estudos Feministas, 19(3), 705. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2011000300004

Edição

Seção

Artigos