Masculinidade hegemônica: repensando o conceito
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-026X2013000100014Resumo
O conceito de masculinidade hegemônica tem influenciado os estudos de gênero emvários campos acadêmicos, mas ao mesmo tempo tem atraído um sério criticismo. Os autorestraçam a origem do conceito a uma convergência de ideias no início dos anos 1980 e mapeiamas formas através das quais o conceito foi aplicado quando os estudos sobre homens emasculinidades se expandiram. Avaliando as principais críticas, os autores defendem o conceitode masculinidade como fundamental, uma vez que, na maioria das pesquisas que o opera, seuuso não é reificador nem essencialista. Entretanto, as críticas aos modelos assentados emcaracterísticas de gênero e às tipologias rígidas são sólidas. O tratamento do sujeito em pesquisassobre masculinidades hegemônicas pode ser melhorado com a ajuda dos recentes modelospsicológicos, mesmo que os limites à flexibilidade discursiva devam ser reconhecidos. O conceitode masculinidade hegemônica não equivale a um modelo de reprodução social; precisam serreconhecidas as lutas sociais nas quais masculinidades subordinadas influenciam formasdominantes. Por fim, os autores revisam o que foi confirmado por formulações iniciais (a ideia demasculinidades múltiplas, o conceito de hegemonia e a ênfase na transformação) e o queprecisa ser descartado (tratamento unidimensional da hierarquia e concepções de característicasde gênero). Os autores sugerem a reformulação do conceito em quatro áreas: um modelo maiscomplexo da hierarquia de gênero, enfatizando a agência das mulheres; o reconhecimentoexplícito da geografia das masculinidades, enfatizando a interseccionalidade entre os níveislocal, regional e global; um tratamento mais específico da encorporação1 em contextos deprivilégio e poder; e uma maior ênfase na dinâmica da masculinidade hegemônica, reconhecendoas contradições internas e as possibilidades de movimento em direção à democracia de gênero.
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