Análise dos repertórios comportamentais de crianças em função do gênero e da faixa etária
DOI:
https://doi.org/10.5007/2178-4582.2017v51n2p405Resumo
Crianças passam por construções sociais desde o nascimento que interferem de forma global no desenvolvimento. É comum seu agrupamento em categorias pré-estabelecidas socialmente, sendo uma delas o sexo, o que pode reforçar preconceitos e estereótipos de gênero. A presente pesquisa objetivou analisar os repertórios de comportamento em função do gênero e da faixa etária. Participaram do estudo 40 crianças, de 5 a 10 anos (média=7,68; DP=1,53), submetidas a uma manipulação experimental e subsequente inquérito sobre favoritismo grupal. Os resultados demonstraram que meninos acima de 7 anos não apresentaram favoritismo endogrupal, e os demais apresentaram aumento dos níveis de favoritismo endogrupal na ausência da norma social aplicada. As meninas, independente da idade e da condição favoreceram o próprio grupo ou apresentaram distribuições igualitárias. A internalização das normas sociais e a capacidade de geri-las em função de um contexto é uma possível responsável pela manifestação do favoritismo endogrupal.
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