Representações sociais de amor romântico nas músicas mais tocadas nas rádios brasileiras em 2015
DOI:
https://doi.org/10.5007/2178-4582.2019.e48658Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar as representações sociais de amor romântico contidas nas letras das músicas em português mais executadas nas rádios brasileiras no ano de 2015. Foram analisadas 100 canções, identificadas a partir do software de monitoramento de rádio AudioMonitor. Para tratamento dos dados, as letras das músicas foram submetidas à análise lexical, procedida por meio do software Alceste, que indicou a existência de quatro classes. Os resultados demonstram que as representações sociais de amor romântico apresentadas nas canções analisadas seguem um roteiro estável, orientado pelas fases do relacionamento romântico (corte, lua de mel, curso descendente, e fim) e se apresentam, frequentemente, como justificadoras da heteronormatividade e de comportamentos sociais.
Referências
ABREU, et al. C. Uso de álcool em vítimas de acidentes de trânsito: estudo do nível de alcoolemia. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v.18, n.1, p. 513-520, 2010.
ABRIC, J-C. A abordagem estrutural das representações sociais. In: MOREIRA, A.S.P.; OLIVEIRA, D.C. (Orgs.). Estudos Interdisciplinares de Representação Social. Goiânia: Editoda AB, 1998, p. 27-38.
ABUD, K. Registro e representação do cotidiano: a música popular na aula de história. Caderno Cedes, Campinas, v. 25, n. 67, p. 309-317, 2005.
ADAY, R. H.; AUSTIN, B.S. Images of aging in the lyrics of American country music. Educational Gerontology, v. 26, n.1, p. 135-154, 2000.
BARRAUD, H. Para compreender as músicas de hoje. São Paulo: Perspectiva, 1975.
BENNETT, A. Popular Music and Youth Culture: Music, Identity and Place. Canterbury: MacMillan, 2000.
BOLLOS, L. H. Canção do Amor Demais: marco da música popular brasileira contemporânea. Per musi, v.22, n.1, p. 83-89, 2010.
CABECINHAS, R. Representações sociais, relações intergrupais e cognição social. Paidéia, v.14, n.28, p. 125-137, 2004.
CAMARGO, B. V. ALCESTE: Um programa informático de análise quantitativa de dados textuais. In: A. S. P. MOREIRA; B. V. CAMARGO, J. C. JESUÍNO, S. M. Nóbrega (Orgs.). Perspectivas teórico-metodológicas em representações sociais. João Pessoa: Editora Universitária – UFPB, 2005, pp. 511-540.
COUTINHO, S. M. S., et al. Sonoridades da vida conjugal registradas em versos de cançoes brasileiras produzidas entre 1940 e 1960. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 32, n. 3, p. 461-473, 2015.
DUARTE, M. Objetos musicais como objetos de representação social: produtos e processos da construção do significado de música. Em Pauta, v.13, n.20, p.123-140, 2002.
DUARTE, M.; MAZZOTTI, T. Representações sociais de música: aliadas ou limites do desenvolvimento das práticas pedagógicas em música? Educação & Sociedade, v.27, n.97, p.1283-1295, 2006.
DUKES, R. L., et al. Expressions of love, sex, and hurt in popular songs: a content analysis of all-time greatest hits. The Social Science Journal, v. 40, p. 643-650, 2003.
FRITH, S. Why do songs have words? In: S. FRITH (Ed.), Taking Popular Music Seriously: Selected Essays. United Kingdom: Routledge, 2007, p. 209-239.
GARBUIO, R. L.; FIORINI, C. F. "Amor" e "morte" nos madrigais de Carlo Gesualdo: um estudo sobre o desenvolvimento da escrita musical e textual. Per Musi, v.32, n.1, p.364-393, 2015.
GUÉGUEN, N.; JACOB, C.; LAMY, L. Love is in the air: Effects of songs with romantic lyrics on compliance with a courtship request. Psychology of Music, v.38, n.3, p.303-307, 2010.
HINKEL, J.; MAHEIRIE, K. Rap-rimas afetivas da periferia: reflexões na perspectiva sócio-histórica. Psicologia & Sociedade, v.19, n.2, p. 90-99, 2007.
HORTON, D. The dialogue of courtship in popular songs. American Journal of Sociology, v.52, n.5, p.569-578, 1957.
IBOPE. Dimension – 2018a. Disponível em: https://www.kantaribopemedia.com/dimension-2018/
IBOPE. Book de Rádio – 2018b. Disponível em: https://www.kantaribopemedia.com/estudos-type/bookradio2018/
JACOB, C., et al. ‘Love is in the air’: Congruency between background music and goods in a flower shop. International Review of Retail, Distribution and Consumer Research, v.19, n.1, p. 75–79, 2009.
JODELET, D. As representações sociais: um domínio em expansão. In: D. Jodelet (Org.). As representações sociais. Rio de Janeiro: UERJ, 2002, p.17-44.
KRONBERGER, N.; WAGNER, W. Palavras-chave em contexto: análise estatística de textos. In: M. W. Bauer; G. Gaskell (Orgs.). Pesquisa Qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes. 2002, p. 416-441.
MARKERT, J. (2001). Sing a song of drug use-abuse: four decades of drug lyrics in popular music – from the sixties through the nineties. Sociological Inquiry, v.71, n.2, p. 194-220, 2001.
MARTINS-SILVA, P. O.; TRINDADE, Z. A.; SILVA JUNIOR, A. Teorias sobre o amor no campo da Psicologia Social. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 33, n. 1, p. 16-31, 2013.
MATSUNAGA, P. As representações sociais da mulher no movimento hip hop. Psicologia Social, v.20, n.1, p. 108-116, 2008.
MENANDRO, P. R. M., et al. Aspectos do relacionamento amoroso presentes em letras de músicas dirigidas à camada popular urbana. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v.54, n.1, p. 03-19, 2003.
MENANDRO, P. R. M.; NASCIMENTO, A. R. A. Análise de Conteúdo de material documental pré-existente à investigação: o caso da música popular. In: M. M. B. RODRIGUES; P. R. M. MENANDRO (Orgs.). Lógicas metodológicas: trajetos de pesquisa em psicologia. Vitória: UFES. 2007, p.214-221.
MIRANDA, M. L. De J.; GODELI, M. R. C. S. Música, atividade física e bem-estar psicológico em idosos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.11, n.4, p.87-94, 2003.
MOSCOVICI, S. La psychanalyse, son image et son public. Paris: puf, 1961/1976.
MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 4. ed. (Trad. P. A. Guareschi). Petrópolis: Vozes, 2003
NASCIMENTO, A. R. A.; MARTINS, A. S. A saudade amorosa na canção brasileira: um estudo exploratório (1927-1964). Psicologia Argumento, v.27, n.57, p. 161-173, 2009.
NASCIMENTO, A. R. A., et al. Representações sociais do amor no rock brasileiro dos anos 80. Psicologia & Sociedade¸ v.27, n.1, p. 231-239, 2015.
NATTIEZ, J. Music and discourse. Princeton: Princeton University Press, 1990.
OLIVEN, R. G. The imaginary of Brazilian popular music. Virtual Brazilian Anthropology, v.8, n.1, p. 170-207, 2011.
PEATMAN, J. G. Radio and Popular Music. In: P. F. LAZARSFELD; F. N. STANTON (Eds.), Radio Research 1942-43. New York: Duell, Sloan & Pearce, 1944, p. 335-393.
PIMENTEL, A. O método da análise documental: seu uso numa pesquisa historiográfica. Cad. Pesqui., n. 114, p. 179-195, 2001.
PONTUAL, M. A. D.; SILVA, O. R. M.; BONOMO, M. Representações de gênero nas músicas mais tocadas nas rádios brasileiras em 2014. In: 4 SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO E SEXUALIDADE E 2 ENCONTRO INTERNACIONAL DE ESTUDOS DE GÊNERO, 2016, Vitória-ES. Anais... Caderno de Resumos do 4 Seminário Internacional de Educação e Sexualidade e 2 Encontro Internacional de Estudos de Gênero. Vitória-ES: UFES, 2016. Disponível em: http://www.gepsexualidades.com.br/resources/anais/6/1466392063_ARQUIVO_Trabalhocompletoparaevento.pdf
RAYNOR, H. História social da música: da idade média a Beethoven. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
REINERT, M. Alceste. Version 4.0 – Windows (Manual). Toulouse: Societé IMAGE. 1998.
REINERT, M. Alceste: une méthodologie d’analyse des données textuelles et une application: Aurélia, de Gérard de Nerval. Bulletin de Méthodologie Sociologique, v.26, n.1, p. 24-54, 1990.
SÁ, C. P. Representações sociais: o conceito e o estado atual da teoria. In: M. J. SPINK (Org.). O conhecimento no cotidiano: as representações na perspectiva da psicologia social. São Paulo: Brasiliense, 1993, pp.19-45.
SANTOS, M. J. D. Estereótipos, preconceitos, axé-music e pagode. 2006. 214f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, Universidade Federal da Bahia, Bahia. 2006.
SÁ-SILVA, J. R.; ALMEIDA, C. D.; GUINDANI, J. F. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História e Ciências Sociais, v.1, n.1, p.1-15, 2009.
SCARDUA, A.; FILHO, E. A. S. Analisando representações sociais através de elementos gramaticais: compondo representações sobre música. Psicologia & Sociedade, v.22, n.2, p.374-381, 2010.
SCHEFF, T. J. What’s Love Got to Do With It? United Kingdom: Routledge, 2011.
SECA, J-M. La “carte mentale” des musiques underground: approche exploratoire. In: M. LAVALEE, S.; VINCENT, C.; OUELLET.; C. GARNIER (Orgs.). Les Representations Sociales: Constructions Nouvelles. Montreal: UQAM, 2003, p.109-122.
SOUZA, C. R. Mário de Andrade: o sequestro do desejo e a música popular em versos. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, v.57, n.1, p. 111-138, 2013.
SUBTIL, M. J. D. Mídias, música e escola: práticas musicais e representações sociais de crianças de 9 a 11 anos. Revista da ABEM, Porto Alegre, v.13, n.1, p.65-73, 2005.
UMAÑA, S. A. Las representaciones sociales: ejes teóricos para su discusión. Cuaderno de Ciencias sociales, v.127, n.1, p.1-84, 2002.
VALA, J. Representações sociais e percepções intergrupais. Análise Social, v.32, n.140, p.7-29, 1997.
VALA, J. Representações sociais e psicologia social do conhecimento quotidiano. In: J. VALA; M. B. MONTEIRO (Orgs.). Psicologia Social. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, p.457-506.
VAN SICKEL, R. W. A world without citizenship: on (the absence of) politics and ideology in country music lyrics, 1960-2000. Popular Music and Society, v.28, n.3, p.313-331, 2005.
VIDRIO, S. G. Representaciones sociales, argumentación y lógica natural. Anuario de Investigación, v.1, n.1, p.620-634, 2003.
VIRGÍLIO, P. Primeira transmissão de rádio no Brasil completa 90 anos. 2012. Disponível em: http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2012-09-07/primeira-transmissao-de-radio-no-brasil-completa-90-anos/.
WAGNER, W., ELEJABARRIETA, F.; LAHNSTEINER, I. How the sperm dominates the ovum – objectification by metaphor in the Social Representation of conception. European Journal of Social Psychology, v.25, p.671-688, 1995.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A aprovação dos textos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação na Revista de Ciências Humanas - UFSC, que terá a exclusividade de publicá-los em primeira mão. O autor continuará, não obstante, a deter os direitos autorais para publicações posteriores. No caso de republicação dos artigos em outros veículos, recomenda-se a menção à primeira publicação em Revista de Ciências Humanas.
Política de Acesso Livre – A RCH é publicada sob o modelo de acesso aberto sendo, portanto, livre para qualquer pessoa ler, baixar, copiar e divulgar.
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas.
Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons
.