Epônimos e o consórcio intelectual entre ciência e literatura
DOI:
https://doi.org/10.5007/2178-4582.2010v44n2p485Resumo
Alguns escritores recorrem ao conhecimento cientifico para descrever as doenças e enfermidades mentais de seus personagens. Tal procedimento melhora a qualidade literária dos textos, como atestam obras clássicas de Leon Tolstoi (A morte de Ivan Ilitch, 1886) e Thomas Mann (The black swan, 1953), por exemplo; alguns escritores brasileiros também descreveram distúrbios da personalidade, efeitos sociais de doenças tropicais e a gênese do fanatismo religioso (e.g., Lima Barreto, J. Guimarães Rosa e Euclydes da Cunha). Por outro lado, nomes de autores ou personagens fictícios às vezes são utilizados para designar doenças e fenômenos científicos (epônimos), como síndrome de Münchhausen ou de Stendhal, alucinações lilliputianas (Jonathan Swift), síndrome do Sr. Pickwick (Charles Dickens) e doença do chapeleiro maluco (Lewis Carroll). Boa ciência e boa literatura não são incompatíveis, mas o oposto é verdadeiro. Nós postulamos que textos literários podem ser usados para o treinamento de habilidades profissionais, uma vez que tais recursos permitem o aperfeiçoamento dos relatórios técnicos e amplia a capacidade observacional em relação assim como preserva a empatia dos profissionais aos sintomas de uma enfermidade, dos serviços de saúde em relação ao sofrimento humano.
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