Rap e política: um debate teórico-metodológico
DOI:
https://doi.org/10.5007/2178-4582.2018.e40825Resumo
Este artigo tem como objetivo problematizar alguns trabalhos que pesquisam a música do Rap, e propor outra abordagem. Esses trabalhos colocam o Rap no lugar de uma arte politizada. As artes, todavia, não operam com hierarquias, mas sim na invenção de outros lugares. Em contraponto a uma ideia de comunidade que funciona hierarquicamente, trabalhamos a partir do conceito de política no regime estético das artes, trabalhado por Jacques Rancière, onde não cabe definir o lugar das artes, mas sim analisar a arte em sua eficácia estética, pois qualquer arte tem o poder de fazer política, independente do seu conteúdo ou motivações. Entendemos que, pelo duplo poder das artes – em bagunçar as evidências de dominação e destinação dos corpos – podemos compreender esta época democrática. Propomos analisar essas cenas onde os corpos, antes destinados pelas hierarquias à obediência ou a arte politizada, participam de um processo de subjetivação política.Referências
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