Minha mãe pintou meu pai de branco: afetos e negação da raça em famílias interraciais

Autores

  • Lia Vainer Schucman Universidade de São Paulo
  • Belinda Mandelbaum Universidade de São Paulo
  • Felipe Luis Fachim Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/2178-4582.2017v51n2p439

Resumo

Este artigo tem como objetivo central descrever as formas pelas quais o negro, a história negra e a ancestralidade negra têm sido negadas no discurso das famílias inter-raciais e suas dinâmicas de interação familiar. Para esta compreensão apresentamos o estudo de caso de duas famílias com o intuito de pensar qual o lugar da raça nestas dinâmicas. Os resultados obtidos nesta pesquisa apontaram que o mecanismo psicossocial de negação é uma das diversas formas de negociar os conflitos e tensões raciais que se enunciam no interior destas famílias.

Biografia do Autor

Lia Vainer Schucman, Universidade de São Paulo

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003), mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2006) e doutorado em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (2012). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em movimentos sociais, atuando principalmente nos seguintes temas: psicologia social, movimentos sociais, racismo, educação intercultural e identidade.

Felipe Luis Fachim, Universidade de São Paulo

Doutorando pelo programa de Educação: Psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mesmo programa em que obteve o título de mestre (2017). Psicólogo (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo - IP USP, 2017), com duas iniciações científicas fomentadas pela Reitoria USP e pela FAPESP, sobre famílias interraciais.

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Publicado

2017-12-22

Edição

Seção

Artigos