Relações de gênero e violência nos seringais do Alto Jurui - Acre (1870-1945)

Autores

  • Cristina Scheib Wolff Professora do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina.

DOI:

https://doi.org/10.5007/%25x

Resumo

Este texto procura analisar as relações entre violência e gênero na sociedade dos seringais do Alto Juruá, Acre. Esta sociedade era atravessada pela violência em praticamente todos os níveis de relações sociais. A violência física era uma característica da autoridade, do controle, mas também da resistência e da revolta: assumia o papel de uma linguagem, utilizada entre patrão e seringueiro, entre patrão e "regatão" (comerciante ambulante), entre homens e mulheres, adultos e crianças, e também horizontalmente. Por outro lado, o monopólio da violência era reivindicado pelo estado que se instalou na regido a partir de 1904, especialmente através da ação judicial e policial. A análise de processos judiciais parece indicar que, em grande parte dos casos que chegaram a constituir processos, violência e papéis de gênero estavam relacionados, afinal, as relações de gênero são relações de poder e a violência liga-se, conforme Hanna Arendt, com vantagem ao poder.

Biografia do Autor

Cristina Scheib Wolff, Professora do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina.

Possui graduação em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (1988), mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1991) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1998). Em 2004/2005 realizou pós doutorado na Université Rennes 2, na França e entre 2010 e 2011, no Latin American Studies Center da University of Maryland, em College Park, Estados Unidos da América. Atualmente é professora associada do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina . É participante do Instituto de Estudos de Gênero da UFSC e uma das coordenadoras editoriais da Revista Estudos Feministas (2006-2009 e 2011-2012). Foi Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC (2009-2010) Tem experiência na área de História, com ênfase em História das Mulheres e do Gênero, atuando principalmente nos seguintes temas: gênero, memória, guerrilha, resistência às ditaduras no Cone Sul.
(Texto informado pelo autor) Última atualização do currículo em 07/02/2012

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Publicado

1997-01-01

Edição

Seção

Artigos