A los pies de la Virgen Azul: notas sobre el simbolismo, el sincretismo religioso y la tradición en Paraguay
DOI:
https://doi.org/10.5007/2178-4582.2020.e63235Resumen
O presente artigo objetivou analisar, de maneira sucinta, alguns aspectos da religiosidade paraguaia, tais como o sincretismo e sua relação com as tradições e a identidade nacional. Buscou-se, aqui, identificar as interfaces existentes entre religiosidade, sincretismo religioso, identidade nacional e tradição na cultura paraguaia. A metodologia utilizada foi revisão bibliográfica e trabalho de campo de caráter etnográfico. Constatou-se que a religiosidade no Paraguai tem um viés sincrético, mas ainda inconfessado. Verificou-se também que identidade nacional do povo paraguaio é tributária de tradições culturais herdadas tanto de sua matriz indígena quanto das contribuições do colonizador europeu. Desse modo, a identidade nacional e religiosa do povo paraguaio pode ser localizada tanto no seu devir histórico enquanto nação quanto nas manifestações culturais acionadas para representar tais identidades.
Citas
ALVES, Rubem. A empresa da cura divina: Um fenómeno religioso?. In: VALE, Edenio; QUEIROZ, José J. et. al. A cultura do povo. São Paulo: Universidade Católica de São. 1982. p. 111-117.
ALVES, Rubem. O que é religião. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.
ANDERSON, Benedict. Imagined communities: reflections on the origin and spread of nationalism. 1983. Rev. and extended ed. 2. ed. London - New York: VERSO. Disponível em: http://www.4shared.com/office/P73lGFrY/anderson_benedict_imagined_com.html
BARTH, Fredrik. O Guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro, RJ: Ed. Contra Capa; RJ, 2000.
BARTH, Fredrik. Grupos étnicos e suas fronteiras. In: POUTIGNAT, P. & STREIFF-FENART, J. Teorias da etnicidade; seguido de grupos étnicos e suas fronteiras. São Paulo: Ed. UNESP, 1998.
BLAUSTEIN, Albert P; FLANZ, Gisbert H. Constitutions of the countries of the World. New York: Oceana Publications, 1993.
BORGOÑO, Miguel Alvarado. Pensamiento católico y sincretismo religios latinoamericano: hacia una historia de nuestra comprensión de lo religioso en las últimas décadas. II Congreso Chileno de Antropología. Colegio de Antropólogos de Chile A. G, Valdivia, 1995. Disponível em https://www.aacademica.org/ii.congreso.chileno.de.antropologia/43.pdf. Acesso em: 14 fev. 2019.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
BOURDIEU, Pierre. Gênese e estrutura do campo religioso. In: Economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1976.
BRANDAO, Carlos Rodrigues. Os Guarani: índios do Sul - religião, resistência e adaptação. Estudos Avançados. São Paulo, v. 4, n. 10, p. 53-90, 1990. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141990000300004&lng=en&nrm=iso Acesso em 06 Fev. 2016.
BREZZO, Liliana M. La historia y los historiadores. In: TELESCA, Ignácio (Coord.) Historia del paraguay. Asunción-Paraguay: Taurus. 2010. p.13-32.
CARVALHO, Reinaldo Montefilpo. Raices, tiempo y memória: origen, formacion y caracter del ser paraguayo. Asunción: [s.n], 1997.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em rede - a era da informação: economia, sociedade e cultura. Tradução de Klauss Brandini Gerhardt. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v. 2. Título original: The Power of Identity.
CÉSAIRE, Aimé. [1955] 2006. Discours sur le colonialisme. Paris: Quatrième édition, Editions PRÉSENCE AFRICAINE. In: http://ia700307.us.archive.org/5/items/DiscoursSurLeColonialisme/CESAIRE.pdf Acesso em: 9 de fev. de 2019).
CHAMORRO, Graciela. TERRA MADURA YVY ARAGUYJE: Fundamento da Palavra Guarani. Dourados: Editora UFGD, 2008. Disponível em: http://files.ufgd.edu.br/arquivos/arquivos/78/EDITORA/catalogo/terra-madura-yvy-araguyje-fundamento-da-palavra-guarani.pdf Acesso em: 22 jun. 2018.
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos: (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). 17º ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2002.
CROATO, José Severino. As linguagens da experiência: uma introdução à fenomenologia da religião. 3ª ed. São Paulo: Paulinas, 2010. (Coleção religião e cultura)
DAL POZ, João. A etnia como sistema: contato, fricção e identidade no Brasil indígena. In: Sociedade Cultura. vol. 6, num. 2, 2003. p. 177- 188. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fchf/article/view/918 Acesso em: 19 ago. 2018.
DEL PRIORE, Mary. Festas e utopias no Brasil Colonial. São Paulo: Brasiliense, 2000.
DORADO, Antonio Gonzalez. La evangelización colonial en el presente de la cultura paraguaya. Quadernos de Pastoral Social, Assunção, n. 7, [s. d.].
DURKHEIM, Émile. As formas elementares de vida religiosa – o sistema totêmico na Austrália. Tradução de Joaquim Pereira Neto. São Paulo: Ed. Paulinas, 1989.
ELIADE, Mircea. História das crenças e das ideias religiosas I – da idade da Pedra aos mistérios de Elêusis. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
ELIADE, Mircea. Imagens e símbolos. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
ELIAS, Norbert. Os alemães: a luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos XIX e XX. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997.
EVANS-PRITCHARD, Edward Evan. Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Translated by Eduardo Viveiros de Castro. Rio de Janeiro: Zahar, 2005 [1937].
EVANS-PRITCHARD, Edward Evan. Nuer religion. London: Oxford University Press. 1956. Disponível em: https://monoskop.org/images/8/8b/Evans_Pritchard_E_E_Nuer_religion_1956.pdf Acesso em: 17 ago. 2018.
FANON, Frantz. Los Condenados de la Tierra. Rosario – Santa Fé – Argentina: Kolectivo Editorial Ultimo Recurso. Título original: Les damnés de la terre (Traducción de Julieta Campos). 2007 [1961]. In: http://www.4shared.com/document/rmTtUMzI/FRANTZ_FANON_Os_condenados_da_.html Acesso em: 4 dez. 2018.
FLECK, Eliane Cristina Deckmann. “A su usanza y según el aderezo de la tiera” – devoção e piedade barroca nas reduções jesuítico-guaranis. In: ANOS 90, Revista do Programa de Pós-Graduação em História. Porto Alegre, v. 11, n. 19/20, p. 225-257, jan./dez. 2004. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/anos90/article/viewFile/6357/3808 Acesso em: 25 nov. 2018.
FRAZER, James George. The golden bough: a study of magic and religion. Temple of Earth Publishing, 1890. Disponível em: https://erikbuys.files.wordpress.com/2015/12/goldenbough.pdf Acesso em: 12 fev. 2018.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.
GRUZINSKI, Serge. O pensamento mestiço. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
HOBSBAWM, Eric. Introdução: a invenção das tradições. In: Eric Hobsbawm & Terence Ranger (Orgs). A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984. p. 9-23.
LATOUR, Bruno. Reensamblar lo social. Una introducción a la teoría del actor-red. Manantial, Buenos Aires: 2008.
LEACH, Edmund. Cabelo mágico. In: DaMATTA, Roberto (Org). Edmund Leach. São Paulo: Ática, 1983, p. 139-169. (Coleção grandes cientistas sociais; 38).
LEACH, Edmund. O gênesis enquanto um mito. In: DaMATTA, Roberto (Org). Edmund Leach. São Paulo: Ática, 1983, p. 57-69. (Coleção grandes cientistas sociais; 38).
LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989. [Cap. IX Magia e Religião 198-267].
MALINOWSKI, Bronislaw Kasper. Magia, ciência e religião. Lisboa: Edições 70, 1988.
MARTINS, Paulo Jorge Coimbra Meireles; COIMBRA, Fernando Augusto. Catálogo da Exposição. A suástica e suas variantes no norte de Portugal, desde a pré-história até a atualidade. Sociedade Martins Sarmento, 1997. Disponível em: http://www.csarmento.uminho.pt/docs/sms/exposicoes/Cat%C3%A1logoSu%C3%A1sticas.pdf Acesso em: 8 mar. 2019.
MARX, Karl. Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. In: Sobre a Religião. Lisboa: Edições 70, 1975, p.47-49.
MELIÀ, Bartolomeu. El guarani conquistado y reducido: ensaios de etnohistoria. 4. ed., Assunción – Biblioteca Paraguaya de Antropologia – CEADUC/CEPAG, v.5., 1997.
MELIÀ, Bartomeu; NAGEL, Liane Maria. Guaranies y jesuítas em tiempo de las Misones: uma bibliografia didáctica. Santo Ângelo, RS: URI, Centro de Cultura Missioneira; Asunción: CEPAG, 1995.
MEMMI, Albert. O retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. [prefácio de Jean-Paul Sartre]; Tradução de Marcelo Jacques de Moraes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2007 [1957]. Título original: Portrait du colonisé précédé de portrait du colonisateur.
MÉTRAUX, Alfred. “Race et civilization”. In: LE COURRIER DE L'UNESCO. Volume III-No 6-7 Prix: 1CHrs.-10 cents (U. S.).-6 penche (U. K.) JUILLET. AOUT. Page 8- 9. 1950. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0008/000814/081475fo.pdf Acesso em: 19 jan. de 2019.
MONTEIRO, John Manuel. Os Guarani e a história do Brasil Meridional. In: História dos índios no Brasil. Manuela Carneiro da Cunha (Org.). São Paulo: Companhia das Letras: Fapesp: Secretaria Municipal de Cultura, 1992. p. 475-498. Disponível em: http://etnolinguistica.wdfiles.com/local--files/hist%3Ap475-498/p-475-498_Monteiro_Os%20Guarani_e_a_historia_do_Brasil_meridional.pdf Acesso em: 13 nov. 2018.
NASCIMENTO, Valdir Aragão do. “Yo soy paraguaio, chamigo”. Breve estudo sobre a identidade no Paraguai. 2012. 177 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD, Dourados/MS, 2012.
NICKSON, Andrew. Historical dictionary of Paraguay. Scarecrow Press; Edição: Revised, Enlarged, Subsequent, 1993 [Serie: Historical Dictionaries of the Americas (Livro 24)].
NIMUENDAJU, Curt. As lendas da criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos Apapocúva-Guarani. Curt Nimuendaju Unkel; tradução de Charlotte Emmerich & Eduardo B. Viveiros de Castro. São Paulo: HUCITEC; Editora da Universidade de São Paulo, 1987. (Coleção ciências sociais). Disponível em: http://www.berose.fr/IMG/pdf/nimuendaju_1987_lendasapapocuvaguarani.pdf Acesso em: 2 out. 2018.
PARIS, Edmond. A História Secreta dos Jesuítas. 21. ed. Trad. de Josef Sued (1987). Chick Publications. Disponível em: http://www.4shared.com/rar/RnIlrRQY/a_historia_secreta_dos_jesuita.html
PEDROSO, Mariano Celso. La religiosidad popular paraguaya y la identidad nacional. Asunción-Paraguay: Imprenta Salesiana, 2003.
POMPA, Cristina. Religião como Tradução. Missionários, Tupi e Tapuia no Brasil colonial. Bauru/São Paulo: EDUSC/ANPOCS, 2003.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In.: LANDER, Edgardo (org.). A Colonialidade do Saber - Eurocentrismo e Ciências Sociais - Perspectivas Latino-americanas. Buenos Aires: Clacso, 2005.
SAN JUAN, Pedro C. Moreno. Constitutional reforms in Latin America promoting religious freedom. Puerto Rico: Rutherford Institute, 1993.
SAID, Edward W. Orientalismo. O oriente como invenção do ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1996 [1978].
SAID, Edward W. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
SAID, Edward W. “Representing the Colonized: Anthropology's Interlocutors”. Critical Inquiry, Vol. 15, No. 2, p. 205-225, 1989. Published by: the University of Chicago Press. Chicago Journals. In: http://www.macalester.edu/internationalstudies/Said-Representing%20Colonized.pdf (acessado em 16 de outubro de 2011).
SCHADEN, Egon. A obra científica de Curt Nimuendajú. Suplemento Antropológico, Assunção, n. 1, v. 2, 1966.
SCHNEIDER, Jens. Discursos simbólicos e símbolos discursivos: considerações sobre a etnografia da identidade nacional. Mana [online]. 2004, vol.10, n.1, p. 97-129. ISSN 0104-9313. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/mana/v10n1/a04v10n1.pdf
SIGRIST, Marlei. A resistência cultural do povo paraguaio. In: Revista Arca. n° 4, 1993, Campo Grande/MS: Datagraf Estúdio Gráfico Ltda. p. 56-60
SOBRAL, José Manuel. Memória e identidade nacional: considerações de carácter geral e o caso português. Working Papers, Universidade do Minho, Lisboa-Portugal, 2006. Disponível em: http://www.ics.ul.pt/publicacoes/workingpapers/wp2006/wp2006_4.pdf
SPOSITO, Fernanda. Santos, heróis ou demônios? Sobre as relações entre índios, jesuítas e colonizadores na América Meridional (São Paulo e Paraguai/Rio da Prata, séculos XVI-XVII. 2012. 342 f. Tese (Doutorado em História) – Universidade de São Paulo/SP, São Paulo/SP, 2012.
TURNER, Victor. Floresta de símbolos: aspectos do ritual Ndembu. Niterói: EdUFF, 2005.
TYLOR, Edward B. Primitive culture. Researches into the development of mythology, philosophy,religion, language, art and custom. New York: Gordon Press, 1976.
VELÁZQUEZ, Rafael Eladio. Breve historia de la cultura en el Paraguay. Asunción-Paraguay: SERVILIBRO, 2011.
WEBER, Max. Sociología de la religión. [S.I]: Ediciones elaleph.com. 1999. Disponível em: http://www.cholonautas.edu.pe/modulo/upload/Weber%2020de%20la%20Religion.Pdf
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1989.
WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org. e trad.). Identidade e diferença. A perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. p. 7-72.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Valdir Aragão do Nascimento
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
A aprovação dos textos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação na Revista de Ciências Humanas - UFSC, que terá a exclusividade de publicá-los em primeira mão. O autor continuará, não obstante, a deter os direitos autorais para publicações posteriores. No caso de republicação dos artigos em outros veículos, recomenda-se a menção à primeira publicação em Revista de Ciências Humanas.
Política de Acesso Livre – A RCH é publicada sob o modelo de acesso aberto sendo, portanto, livre para qualquer pessoa ler, baixar, copiar e divulgar.
Esta revista proporciona acesso público a todo seu conteúdo, seguindo o princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento. Tal acesso está associado a um crescimento da leitura e citação do trabalho de um autor. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project, projeto que desenvolveu este sistema para melhorar a qualidade acadêmica e pública da pesquisa, distribuindo o OJS assim como outros software de apoio ao sistema de publicação de acesso público a fontes acadêmicas.
Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons
.