Trabalho, tempo livre e aposentadoria: categorias coexistentes dentro do processo de envelhecimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2178-4582.2018.e40310

Resumo

Trabalho e aposentadoria são temas recorrentes no cenário das pesquisas no Brasil, notadamente devido à elevação da expectativa de vida, que possibilitou aos indivíduos um tempo logo após a aposentadoria que necessita ser visto, compreendido e explorado. Este artigo objetiva discutir sobre três categorias que envolvem o idoso no séc. XXI - Trabalho, Tempo Livre e Aposentadoria – mediante desenvolvimento de pesquisa de natureza bibliográfica em livros e artigos correlatos ao assunto. Obteve-se que o trabalho pode ser compreendido de forma positiva e negativa e que a maneira como o idoso vive reflete em uma aposentadoria com significados agradáveis ou desagradáveis - tempo livre que alguns até desejam, enquanto outros temem, pelo sentimento de inutilidade e abandono que suscita. Conclui-se que o estar aposentado no séc. XXI envolve uma gama de interpretações e o simbolismo individual desse tempo de forma peculiar, influenciado pela sua história de vida.

 

Biografia do Autor

Lorena Ibiapina Gurgel, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, CE, Brasil

Pós-Graduação em Psicologia.

Área de concentração em Psicologia, Sociedade e Cultura.

Linha de pesquisa em Ambiente, Trabalho e Cultura nas Organizações.

 

Adriana de Alencar Gomes Pinheiro, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, CE, Brasil

Pós-Graduação em Psicologia.

Área de concentração em Psicologia, Sociedade e Cultura.

Linha de pesquisa em Ambiente, Trabalho e Cultura nas Organizações.

 

Kalyana Cristina Fernandes Queiroz, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, CE, Brasil

Pós-Graduação em Psicologia.

Área de concentração em Psicologia, Sociedade e Cultura.

Linha de pesquisa em Ambiente, Trabalho e Cultura nas Organizações.

 

Francisco Welligton Sousa Babosa Júnior, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, CE, Brasil

Departamento de Graduação em Psicologia.

Área de concentração em Psicologia, Sociedade e Cultura.

Linha de pesquisa em Ambiente, Trabalho e Cultura nas Organizações.

 

José Clerton Oliveira Martins, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, CE, Brasil

Pós-Graduação em Psicologia.

Área de concentração em Psicologiua, Sociedade e Cultura.

Linha de pesquisa em Ambiente, Trabalho e Cultura nas Organizações.

Referências

ANTUNES, R. Adeus ao trabalho?: Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 4. ed.. Campinas: Cortez, 1997.

ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 6. ed. São Paulo: Boitempo, 2002.

AQUINO, C. A. B. de. O tempo como elemento central de análise da relação entre Ócio e Trabalho na Modernidade. In: Ócio para viver no século XXI. Fortaleza: As Musas. 2008. p. 125-143.

AQUINO, C.; MARTINS, J. Ócio, Lazer e Tempo Livre na Sociedade do Consumo e do Trabalho. Revista Mal Estar e Subjetividade, Fortaleza, v. 2, p. 479-500, 2007.

ARAÚJO FILHO, G. F. Empreendedorismo Criativo: a nova dimensão da empregabilidade. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2007.

BERIAIN, J. (1997). El Triunfo del Tiempo: Representações Culturais de Temporalidades Sociais. Revista Política y Sociedad, n. 25. 1997.p.101-118. Madrid.

BOSI, E. Memória e Sociedade: Lembranças de velhos. 3. ed. São Paulo: Cia das Letras, 1994.

BOULLÓN, Roberto; MOLINA, E. Sergio; WOOG, Manuel Rodriguez. Um Novo Tempo Livre: três enfoques teórico-práticos. Bauru, SP: EDUSC, 2004.

BRUNS, M. A. de T.; ABREU, A. S. O envelhecimento: encantos e desencantos da aposentadoria. Revista da ABOP, v. 1, n. 1, p. 5-33, 1997.

CALDAS, Célia Pereira. A produção social da velhice. Rio de Janeiro: UERJ/IMS, 1992. (Série Estudos em Saúde Coletiva, 29)

CÁRCEL, J A. R; BERIAIN, J. Aceleración y tiranía del presente: la metamorfosis en las estructuras temporales de la modernidad. Política y Sociedad, Vol. 46, p. 305-307, 2009.

CODO, W. Um diagnóstico do trabalho (em busca do prazer). In: TAMAYO, A. J.; ANDRADE, J. E. B.; CODO, W. (org). Trabalho, organizações e cultura São Paulo: Cooperativa de Autores Associados, 1996. p. 21-40.

CSIKSZENTMIHALYI, M. Fluir: a Psicologia da experiência óptima: medidas para melhorar a qualidade de vida. Tradução de Marta Amado. Local: Imago, 2002.

DANIEL, C., ; SOUZA, M. (2006). Modos de subjetivar e de configurar o sofrimento: depressão e modernidade. Psicologia em Revista, 12(20), 117-130.

DE MASI, Domenico. Criatividade e grupos criativos. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

DEBERT, Guita Grin. Envelhecimento e representações sobre a velhice. Ciência Hoje, SPBC, v. 8, n. 44, 2004.

ELIAS, N. Sobre o tempo. Rio de Janeiro. Jorge Zahar, 1998.

FRANÇA, L. H.,;VAUGHAN, G. (2008). Ganhos e perdas na aposentadoria: percepção dos executivos brasileiros e neozelandeses. Psicologia em Estudo, 13(2), 207-216.

FREITAS, M da S. (2011). O tempo livre dos idosos do Conselho de Oliveira do Bairro. Dissertação de Mestrado da faculdade de ciências do desporto e educação física da universidade de Coimbra, Portugal.

GEIS, P. P. Atividades criativas e recursos práticos. Porto Alegre: Artmed, 2003.

GONÇALVES, R. de C. A trajetória laboral de homens e mulheres no processo de desligamento das relações de trabalho pela aposentadoria. 2006. 129 f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.

HONÓRIO, E. Ócio, Trabalho e Saúde: uma relação de interdependência. In: CABEZA, Manuel Cuenca; MARTINS, J. Clerton (org.). Ócio para viver no século XXI. Fortaleza, CE: As musas, 2008. p. 145-158.

LEITE, R. C. B. O. O idoso dependente em domicílio. 1995. Xxx p. Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1995.

LEÓN, L. M. Pensando na qualidade de vida ao aposentar. In: GUIMARÃES, L. A. M.; GRUBITS, S. (org.). Saúde Mental e Trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. p. 95-105.

MARTINS, José Clerton de Oliveira. O tempo de trabalho na experiência do profeta da chuva. In: MARTINS, K. P. H. Profetas da chuva. Fortaleza, Ce: Tempo Dimagem, 2006. p. 156-160.

MARTINS, José Clerton de Oliveira. Educação para o ócio no trabalho: potencializando sujeitos para a vida. In: AUTOR, (org.). Ócio para viver no século XXI. Fortaleza: As Musas, 2008. p. 219- 248.

MARX, K. O capital. vol. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.

MARX, K. Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. Tradução de Mário Duayer e Nélio Schneider. Rio de Janeiro: Boitempo. 2011.

MARX, K. O processo de trabalho e o processo de produzir mais valia. In: MARX, K. O Capital: Crítica da Economia Política. Tradução por Regis Barbosa e Flávio R. Kothe. Os Economistas. Capítulo V. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Volume II).

MOURÃO, L.; ANDRADE, J. E. B. Significado do trabalho, caminhos percorridos e sinalização de tendências. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS

PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO (ANPAD), 25., 2001, Salvador/BA. Anais...Salvador/BA: ANPAD, 2001. p. 306.

MUNNÉ, F. Psicosociologia del tiempo libre: Um enfoque crítico. México, DF, 1980. Trilhas.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. (1984). The use of epidemiology in the study of the elderly Geneva : OMS. ( Technical Reports Series, 706).

PATARRA, Neide. Transição demográfica, novas evidências, velhos desafios. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, Campinas, v. 11, n. 1, p. 27-37, 1994.

PERES, M. A. C. Velhice, trabalho e cidadania: as políticas da terceira idade e a resistência dos trabalhadores idosos à exclusão social. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

RAMOS, L. R.; VERAS, R. P.; KALACHE, A. (1987). Envelhecimento populacional: uma realidade brasileira. Rev. Saúde públ., São Paulo, v. 21, p. 211-224.

RIOS, A. M. G.; PONTES, M. I. M. Envelhecimento da mulher: modelos na natureza. In: CORTE, B.; MERCADANTE, E. F.; ARCURI, I. G. (org.). Envelhecimento e velhice: um guia para a vida. São Paulo: Vetor, 2006. (Gerontologia, v. 2)

SALIS, Viktor D. Ócio criador, trabalho e saúde. São Paulo: Claridade, 2004.

SANTOS, M. F. S. Velhice, uma nova questão social. São Paulo: SESC, 1982.

SANTOS, M. F. S. Identidade e Aposentadoria. São Paulo: EPU, 1990.

SENNETT, R. O artífice. Tradução de Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Record, 2009.

SILVA, J. C. (2003). Velhos ou idosos. A terceira idade, São Paulo, v. 14, n. 26, p. 94-111. jan.

SOARES, D. H. P.; SESTREN, G. Projeto profissional: o redimensionamento da carreira em tempos de privatização. Psicologia & Sociedade, v. 19, p. 66-74, 2007.

SOARES, D. H. P.; COSTA, A.; ROSA, A. M.; OLIVEIRA, M. L. Aposenta-ação: programa de preparação para a aposentadoria. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, v. 13, p. 123-134, 2007.

SOUSA, Jenny Gil; BAPTISTA, Maria Manuel. Ócio e tempo livre na idade adulta avançada: as práticas de animação sociocultural como estratégias de resiliência. In. M. M. Baptista, & J. C. Martins (orgs.). O Ócio nas culturas contemporâneas: teorias e novas perspectivas em investigação. Coimbra: Grácio editor, 2013. p. 219- 232.

VERAS, R. P. et al. Crescimento da população idosa no Brasil: transformações e conseqüências na sociedade. Rev. Saúde públ., São Paulo, v. 21, p. 225-233, 1987.

WHITROW, G. J. O que é tempo? Uma visão clássica sobre a natureza do tempo. G.J. Whitrow com introdução de J. T. Fraser e M. P. Soulsby: tradução Maria Ignez Duque estrada. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

ZANELLI, J.C.; SILVA, N. Programa de Preparação para a Aposentadoria. Florianópolis: Insular, 1996.

Downloads

Publicado

2018-12-31

Edição

Seção

Artigos