O Digital nas Humanidades: Uma Entrevista com Franco Moretti por Melissa Dinsman
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-9288.2016v12n1p119Resumo
Pelo menos na última década, o termo “humanidades digitais” [doravante, “HD”] tem capturado a imaginação e a ira dos estudiosos em muitas universidades estadunidenses. Os defensores do campo, que funde a Hermenêutica com a Ciência da Computação, o têm como um meio extremamente necessário para agitar e expandir os métodos tradicionais de interpretação literária; para os críticos mais francos, é uma nova moda que simboliza a contagem dos feijões neoliberais a destruir o ensino superior estadunidense. Em algum lugar no meio desses dois extremos, há um corpo vasto e variado do trabalho que utiliza e examina criticamente ferramentas digitais na busca dos estudos humanísticos. Esse campo das HD é imenso e cada vez mais indefinível mesmo por aqueles que o praticam. Na verdade, a expressão “Humanidades Digitais” parece espantosamente inapropriada para uma área de estudo que inclui, por um lado, a pesquisa computacional, as plataformas de leitura e de escrita digital, a pedagogia digital, as publicações de acesso aberto, os textos aumentados e os bancos de dados literários, e, por outro, a arqueologia da mídia e as teorias das redes, os jogos (“games”) e as plataformas (“wares”), tanto duras (“hard”, ou seja, os equipamentos) como moles (“soft”, ou seja, os programas). Como Franco Moretti me disse no início de nossa conversa: “a expressão ‘humanidades digitais’ nada significa”.
Referências
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