Poesia e Tecnologia: apontamentos sobre a criação de sentido para o homem na contemporaneidade

Autores

  • Cristiano de Sales Universidade Tecnológica Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-9288.2018v14n1p26

Resumo

Ensaiamos aqui a aproximação de três autores para mostrar que a convivência da poesia com a tecnologia pode ser uma chave de compreensão acerca do homem contemporâneo. Octavio Paz ofereceu duas intuições: 1) a poesia é um tempo-espaço de contradição do homem com o mundo e 2) temos de descortinar os signos em volta para não deixarmos de elaborar imagens para o tempo vivido e para o tempo por-ser-vivido. De Merleau-Ponty interessa-nos a noção de tempo como matriz de sentidos, onde o vivido e o por-ser-vivido ressignificam-se a todo novo fenômeno. De Giorgio Agamben assumimos a noção de ser contemporâneo; para o filósofo italiano, este se revela na percepção e desestabilização dos limites do dispositivo do tempo através de esgarçamentos dialéticos. O estudioso que nos permiti articular essa aproximação é o professor e filósofo norte americano Don Ihde. Leitor de Merleau-Ponty, ele elaborou uma fenomenologia da tecnologia. Nosso intuito com este texto é colocar a poesia no centro dessa fenomenologia que não mais faz do que tentar compreender algo no comportamento do homem contemporâneo.

Biografia do Autor

Cristiano de Sales, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Professor de Literatura na Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Curitiba. Doutor em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (com Estágio Doutoral na Université Paris 3 Sorbonne-Nouvelle). Mestre em Literatura e licenciado em Letras Português, ambos pela Universidade Federal de Santa Catarina. Faz pesquisas em poesia e narrativa brasileira do século XX; teorias de literaturas digitais; estética pelo viés fenomenológico.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? Tradução Vinícius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2009.

IHDE, Don. Technologt and the lifeworld. Indiana : Indiana University Press, 1990.

MERLEAU-PONTY. Maurice. Phénoménologie de la Perception. Paris: Galimard, 2008.

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PAZ, Octavio. O arco e a lira. Tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim (Corpo de Baile). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

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Publicado

2018-08-01

Edição

Seção

Artigos