Vida, movimento e memória: linhas de fuga xamânicas
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-9288.2020v16n1p55Resumo
Diante de um cenário social catastrófico, apresentamos alguns resultados de nossas pesquisas sobre o ciclo vital dos objetos ou organismos, tanto no mundo analógico como nas plataformas digitais. De um ponto de vista ecológico, o ensaio se baseia em três enunciados formulados a partir do cruzamento do pensamento de Bergson, Ingold, Deleuze e Guattari e de Kopenawa: a) a vida é transformação permanente, portanto, criação; b) a vida é movimento e pressupõe as condições de penetração do passado no presente; e, c) a vida se dá pelos encontros de corpos no mundo. Buscamos uma convergência possível entre os conceitos de duração, fluxo, malha e rizoma, atentos sempre às singularidades, devires, acontecimentos, espaços-tempos e, principalmente, com o olhar voltado às linhas de fuga que, para esse ensaio, denominamos xamânicas, ao lado das ideias de movimento, vida e memória.
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