Atame: performar o corpo maquínico despedaçado
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-9288.2018v14n2p37Resumo
Este ensaio explora a obra Atame: a angústia do precário do artista digital Wilton Azevedo tendo em vista a multiplicidade de versões disponíveis da obra – como performance ao vivo, versão interativa em DVD e vídeo-poema – e as possíveis implicações destes diferentes modos de operar. Ao mesmo tempo, lê-se a obra como marcada pela fragmentação corpórea em um cenário pós-rompimento amoroso, em que o corpo dilacerado da personagem se torna materialmente presente a partir do modo de navegar pela obra. Opera-se então uma dupla articulação em que a multiplicidade das diferentes versões da obra e a tentativa de reconstituição de um corpo perdido da personagem se apresentam como invariavelmente frustradas diante de uma tensão entre os elementos humanos e maquínicos que amarram o modo de ser atual da personagem e da obra.Referências
BECKETT, Samuel. Selected works of Samuel Beckett. New York: Grove Press, 2011.
BIRKENHAUER, Theresia. Entre fala e língua, drama e texto: reflexões acerca de uma discussão contemporânea (trad. Stephan Baumgärtel). Urdimento: revista de estudos em artes cênicas, Florianópolis, n. 18, p. 181-188, mar. 2012. Disponível em: <http://www.revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/3235/2356>. Acessado em: 01/04/2018.
BRAIDA, Celso R. Tópicos em ontologia. Florianópolis: Rocca Brayde, 2013.
BUTLER, Judith. Precarius lives: the power of mourning and violence. New York: Verso, 2006.
CÓZAR, Rafael de. Poesia e imagem: formas difíciles de ingenio literário. Sevilla: El Carro de la Nieve, 1991.
CRARY, Jonathan. 24/7: Late Capitalism and the Ends of Sleep. New York: Verso, 2014.
DELEUZE, Gilles. Pourparlers 1972-1990. Paris: Les Édition Minuit, 1990.
DUCHAMP, Marcel. Engenheiro do tempo perdido: entrevistas com Pierre Cabanne. (trad. António Rodrigues). Lisboa: Assírio & Alvim, 1990.
HATHERLY, Ana. A Casa das musas. Lisboa: Estampa, 1995.
______. A Experiência do prodígio: bases teóricas e antologia de textos-visuais portugueses dos séculos XVII e XVII. Lisboa: I.N.C.M, 1983.
LEHMANN, Hans-Thies. Postdramatic theatre. (Trad. Karen Jürs-Munby). New York: Routledge, 2006.
MCGUIRE, Richard. Here. New York: Pantheon Books, 2014.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
O’SHEA, José Roberto. Introdução. In: SHAKESPEARE, William. O Primeiro Hamlet: in-quarto de 1603. (org. e trad. José Roberto O’Shea). São Paulo: Hedra, 2013.
RICARDO, Francisco (ed.). Literary art in digital performance: case studies in new media art and criticism. New York: Continuum, 2009.
STOPPARD, Tom. Rosencrantz and Guildenstern are dead. New York: Grove Press, 1991.
TAVARES, Otávio G. Ação e artifício. 2015. 439f. Tese (Doutorado em Literatura) – Programa de Pós-Graduação em Literatura, Centro de Comunicação e Expressão, UFSC. Florianópolis, 2015. Disponível em: <http://www.bu.ufsc.br/teses/PLIT0631-T.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2017.
THOMASSON, Amie. Fiction and metaphysics. New York: Cambridge University Press, 1999.
WILTON, Azevedo. Atame: a angústia do precário. (versão DVD). São Paulo: Mackenzie, 2006. Versão demostrando o funcionamento do DVD. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YzYF3QYuHiI>. Acessado em: 02/04/2018
______. Atame: a angústia do precário (versão Youtube). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jJIDn0nv3Ag>. Acessado em: 02/04/2018.
______. Atame: a angústia do precário (poemas transcritos). 2006. Disponível em: <https://elmcip.net/sites/default/files/media/work/attachments/atame_-_texto_de_acordo_com_o_cd.pdf>. Acessado em: 02/04/2018.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- A licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional permite a cópia e a redistribuição do material em qualquer suporte ou formato, assim como adaptações, para quaisquer fins, inclusive comerciais.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.