Entrevista-jogo como método para recriar memórias ferroviárias
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-9288.2022.e83738Palavras-chave:
Jogo, Entrevista, Cinema de animação, Memória ferroviária, Sonho AzulResumo
No presente artigo, descrevo a entrevista realizada com minha mãe, a qual teve como objetivo o diálogo entre a memória dela e o imaginário que eu faço acerca do Sonho Azul, trem azul celeste que, nas décadas de 1970 e 1980, percorria o estado do Ceará de norte a sul, levando e trazendo passageiros e cargas. Com base em Huizinga (2005), pode-se dizer que essa entrevista apresentou características de jogo. Tendo como referência o conceito de arte relacional de Bourriaud (2009) e o projeto Tractos, feito por Soraya Braz e Fabio FON, eu e minha mãe usamos fotos antigas para recriar o caminho entre Crato e Lavras da Mangabeira, que ela percorria no tempo em que viajava no Sonho Azul. Durante a experiência, ela relembrou não somente acontecimentos, mas também sentimentos, sensações, sons, cheiros, fantasias. Ao final, articulei esses relatos com as minhas próprias ideias de enredo para o desenvolvimento de um curta-metragem de animação, o que resultou no início da escaleta que organizará a narrativa. Essa prática também teve como escopo criar um modelo de ação que será utilizado ao longo da pesquisa que realizo enquanto mestranda do Programa de Pós-graduação em XXX da Universidade XXX.
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