“Dear Esther”: repetição, rito e tempo
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-9288.2023.e94605Palavras-chave:
Dear Esther, Tempo, Rito, HermenêuticaResumo
O artigo apresenta uma interpretação da narrativa digital Dear Esther (PINCHBECK, 2012). Essa interpretação propõe que há uma temporalidade profunda, que se pode trazer à evidência entendendo a trama como um rito suicida realizado pelo personagem principal (e único da obra). Para trazer essa temporalidade ao aberto, foram examinados: os índices de manifestação do tempo em diversos momentos da narrativa; as formas de interação do usuário com a obra; e as características do mundo ficcional construído pela programação da obra. Esses elementos formais foram confrontados com elementos significativos que se apresentam ao longo do desenvolvimento da narrativa, como informações dadas pela voz narrativa, objetos, sons e alterações visuais. O procedimento para realizar esse exame e confronto teve duas formas: explorações da obra considerando o tempo cronométrico para ir do começo ao fim o mais brevemente possível; explorações livres sem considerar o tempo cronométrico. As conclusões a que se chegou após esse processo de exame como um todo foram interpretadas através do conceito de “Spiel” (GADAMER, 2003, p. 154-237) e das reflexões acerca da experiência do tempo implícitas nele.
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