Leitura distante: métodos digitais e análise literária

Resumo

Ainda pouco difundido entre os estudiosos de literatura em meio digital, o conceito de leitura distante, cunhado por Franco Moretti (2008), mas anterior a ele, ganha, com esta edição da Revista Texto Digital, a possibilidade de maior difusão entre os pesquisadores, ou, ao menos, entre aqueles que são leitores de textos escritos em Língua Portuguesa.

A utilização de ferramentas computacionais como auxiliadoras na análise de obras literárias, principalmente em se tratando de quantidade difícil de ser feita por meio da close reading, não é exatamente nova.  Já há algum tempo, pelo menos desde os anos 40 do século passado, com os trabalhos de Roberto Busa, a união entre sistemas de computadores e textos literários tem sido realizada.

Se é fato que não é de hoje que se faz leitura distante (distant reading) – como nos asseguram os estudos estilométricos, por exemplo, muito mais antigos do que o surgimento dos computadores –, é fato que o conceito desenvolvido por Moretti possui a vantagem de poder abarcar as diversas metodologias de análise de textos (literários ou não) em formato eletrônico.  Nesse sentido, a chamada para este volume da Texto Digital pretendeu reunir trabalhos que, com o auxílio de ferramentas computacionais das mais variadas possíveis e com abordagens metodológicas também heterogêneas, pudessem contribuir para o crescimento das Humanidades Digitais no Brasil e dos métodos digitais de análise literária.