O horizonte axiológico do gênero entrevista pingue-pongue: uma análise da extensão textual do gênero

Autores

  • Nívea Rohling da Silva UFSC

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8420.2008v9n1p21

Resumo

Neste artigo, temos por objetivo apresentar uma análise do horizonte valorativo-axiológico do gênero entrevista pingue-pongue, do jornalismo de revista. A fundamentação teórico-medotodológica insere-se na teoria de gêneros do discurso e da análise dialógica do discurso do Círculo de Bakhtin (ADD). Os dados de pesquisa são compostos pelas as entrevistas pingue-pongues (totalizando 52 entrevistas) publicadas nas revistas semanais CartaCapital, ISTOÉ e Veja, no período de 4 de outubro a 8 de novembro de 2006, época de cobertura do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil. Destacam-se como resultados de pesquisa os índices sociais de valor materializados através da extensão textual do gênero. A valoração axiológica envolvida na escolha da extensão textual mostrou que as entrevistas que são publicadas nas menores extensões textuais (extensão ?, extensão rodapé, extensão ilha, extensão ½ página) apresentam um peso “menor”; caracterizam, na maioria das vezes, um índice valorativo negativo em relação ao entrevistado e seu discurso. Já as entrevistas publicadas nas maiores extensões (extensão página simples, extensão página dupla e aquela que excede a página dupla) proporcionam uma maior visibilidade ao gênero, o que acarreta, na maioria das vezes, um índice valorativo positivo em relação ao entrevistado e seu discurso. Assim, a análise evidenciou a maneira como os aspectos composicionais dos gêneros (e dos enunciados) corroboram para construção de sentidos, e, sobretudo, para materializar a acentuação dos juízos de valor sobre o objeto do discurso (na entrevista pingue-pongue é o próprio entrevistado e seu discurso).

Biografia do Autor

Nívea Rohling da Silva, UFSC

Doutoranda em Lingüística - UFSC

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Publicado

2008-04-03

Edição

Seção

Artigos