Máquinas e mentes: interpretando a metáfora

Autores

  • Ivelã Pereira UFSC
  • Heronides Melo Moura UFSC

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8420.2008v9n1p81

Resumo

O artigo tem por objetivo testar a hipótese de Moura (2007) de que as metáforas possuem uma estrutura léxico-conceptual e de que há sistematicidade na interpretação metafórica, ou seja, há uma regularidade interpretativa conforme a classe verbal (ou nominal) dos veículos das metáforas. Para chegar ao objetivo, selecionamos alguns verbos de atitude proposicional e procuramos na web exemplos do uso desses verbos em relação a máquinas. Os verbos escolhidos como veículos das metáforas foram: pensar, raciocinar, surtar, pirar, enlouquecer, inventar, criar, decidir, saber, acreditar, entender, aceitar, querer, achar; e os tópicos selecionados: computador, celular, aparelho, televisão, microondas, avião, carro, piloto automático, termostato, aparelho e máquinas. A coleta resultou em 51 exemplos que constituem metáforas ontológicas de personificação e, por causa da relação estreita desse tipo de metáfora com a discussão sobre Inteligência Artificial, foi feita uma breve seção sobre este assunto. A partir dos dados coletados, a análise foi efetuada objetivando parafrasear e buscar relações paradigmáticas e sintagmáticas relativas às metáforas selecionadas. Após a discussão dos resultados, a hipótese pôde ser confirmada e, através da análise, é possível mostrar que há regularidade na interpretação de metáforas cujos tópicos são máquinas e os veículos são verbos de atitude proposicional. Foi averiguado que, quando verbos de atitude proposicional são aplicados metaforicamente a máquinas, visa-se basicamente o funcionamento dos equipamentos e a manipulação de símbolos pelas máquinas, mas não atitudes conscientes ou estados da “mente” das máquinas, o que mostra a limitação da analogia metafórica entre máquinas e mentes.

Biografia do Autor

Ivelã Pereira, UFSC

Graduanda do Curso de Letras da UFSC.

Departamento de Língua e Literaturas Vernáculas Lingüística Semântica

Heronides Melo Moura, UFSC

Doutor em Lingüística. Professor do Programa de Pós-Graduação em Lingüística da UFSC.

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Publicado

2008-04-03

Edição

Seção

Artigos