Letramento e microcultura: um estudo sobre grafocentrismo e ambientação familiar

Autores

  • Michelle Donizeth Euzébio UFSC

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8420.2010v11n1p1

Resumo

O presente estudo focaliza a caracterização dos usos sociais da escrita. Seu objetivo é descrever quais eventos e práticas de letramento ocupam lugar na rotina de mulheres da terceira idade, assim como depreender representações acerca dessa modalidade de língua evidenciadas nas falas dessas senhoras, tematizando a interface entre língua escrita e microcultura. As discussões sobre o tema ancoram-se em estudos de Street (1984; 2003; 2007); Barton (1994); Barton e Hamilton (1998); Barton, Hamilton e Ivanic (2000). Para tanto, a pesquisa buscou responder às seguintes questões: Como se caracterizam usos sociais da língua escrita na vida dessas mulheres? Que significados elas atribuem à língua escrita? Quais práticas e eventos de letramento são possíveis de descrever/depreender no cotidiano dessas senhoras? Os dados foram obtidos por meio de entrevistas, observação e notas de campo, focalizando os elementos visíveis nos eventos de letramento, tal qual suscitado nos estudos de Hamilton (2000a); já os  constituintes não-visíveis das práticas de letramento foram observados durante a interação. As participantes são três mulheres habitantes do município de Garopaba/SC. Uma das senhoras, referida aqui como S1, mantém pouco contato com eventos de letramento de grupos escolarizados. As outras senhoras, doravante S2 e S3, por outro lado, constantemente estão em contato com eventos de letramento de grupos escolarizados. O estudo sugere, por meio dos resultados, a prevalência de concepções de modelo autônomo de letramento no ideário dessas mulheres tanto quanto aponta para diferenças expressivas entre as senhoras no que tange a práticas e eventos de letramento relacionados à escolarização dos familiares.

Biografia do Autor

Michelle Donizeth Euzébio, UFSC

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Linguística.

Universidade Federal de Santa Catarina.

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Publicado

2010-03-02

Edição

Seção

Artigos