Uma contribuição da prosódia na desambiguação de sentenças semanticamente ambíguas

Autores

  • Juliana Cemin Universidade Federal de Santa Catarina/ Programa de Pós-Graduação em Linguística
  • Maria Eugênia Gonçalves de Andrade Universidade Federal de Santa Catarina/ Programa de Pós-Graduação em Linguística
  • Vanessa Gonzaga Nunes Universidade Federal de Santa Catarina/ Programa de Pós-Graduação em Linguística

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8420.2011v12n2p69

Resumo

Com enfoque na interface prosódia-semântica-pragmática, este artigo discute o papel da prosódia e entoação na interpretação de sentenças semanticamente ambíguas. Nesse sentido, partimos do pressuposto de que as ambiguidades se desfazem quando inseridas em atos de fala específicos e que, nesses casos, a entoação contribui na caracterização acústica das curvas melódicas que têm necessariamente características diferentes para cada uma das possíveis interpretações de uma sentença ambígua. Assim, a partir da gravação da produção oral da frase “a Maria não (es)tá grávida de novo”, apresentamos a descrição das curvas entonacionais das três interpretações dessa sentença, as quais são: (i) a Maria nunca esteve grávida e mais uma vez não está grávida; (ii) a Maria já esteve grávida, mas não está grávida novamente; (iii) a Maria está grávida novamente. Os resultados revelaram que as curvas das três interpretações são distintas, ou seja, confirma-se a desambiguação das produções pelo viés da prosódia. Após essa análise, ainda foi realizado um teste perceptual com a finalidade de verificar se essas três interpretações da mesma sentença são facilmente identificadas quando isoladas dos contextos para os quais foram produzidas. Podemos dizer que os participantes relacionaram corretamente 84,6% dos estímulos a eles apresentados, ratificando-se mais uma vez os resultados apresentados pelas diferentes curvas de f0.

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Publicado

2011-03-14

Edição

Seção

Artigos