Tecendo uma ideia crítica sobre a lusofonia em Timor-Leste: entre a política linguística de fato e a de direito

Autores

  • Alexandre Cohn da Silveira Universidade Federal de Santa Catarina
  • Christiane da Silva Dias Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8420.2015v16n2p139

Resumo

As turbulências históricas e políticas vivenciadas em Timor-Leste motivaram uma decisão política estatal pela co-oficialização da língua portuguesa no pequeno país multilíngue asiático. Esta decisão, no entanto, embora pretenda caracterizar o país como lusófono “de direito”, configura a criação de uma “comunidade imaginada” lusófona (ANDERSON, 2008) uma vez que as políticas linguísticas “de fato” revelam que a língua portuguesa está longe de constituir uma unanimidade nas práticas cotidianas, ocupando um lugar exógeno e distante para muitos indivíduos timorenses.  As relações de poder em suas instâncias macro e micro (FOUCAULT, 1997) produzem a emergência de uma língua que atenda interesses diversos, cumprindo inclusive papel segregante e uma hierarquização linguística. A reflexão proposta por este trabalho consiste na problematização acerca da presença do idioma lusitano em Timor-Leste e as tensões produzidas pelas relações de poder e pelos discursos conflitantes em defesa (ou não) do idioma. O corpus de análise consiste, além da base documental oficial de Timor-Leste, de depoimentos (oficiais e não oficiais) de cidadãos timorenses, pertencentes a diversos grupos sociais,  coletados em trabalho dos pesquisadores no país. O que se percebe é que Timor-Leste vive um dilema causado pelas questões institucionais sobre o projeto de uma lusofonia forçada o que faz com que os timorenses, em maior ou menor escala, vivenciem um apagamento de línguas, culturas e vozes nas políticas de língua adotadas.

Biografia do Autor

Alexandre Cohn da Silveira, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Linguística, da Universidade Federal de Santa Catarina

Christiane da Silva Dias, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFSC

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Publicado

2015-12-21